sexta-feira, dezembro 11, 2015

Para além do brado retumbante.





por Hermes Rodrigues Nery(*)



Caríssimos amigos,

A grave crise política agudizou-se após o pleito de 26 de outubro de 2014, quando apenas 23 técnicos do TSE, especialistas em informática, fizeram em três horas a apuração secreta de um segundo turno presidencial, colocando imediatamente em suspeita o esquema de manipulação operado pela empresa Smartmatic, com a cumplicidade do TSE. O objetivo era favorecer não apenas a reeleição de Dilma Rousseff, mas principalmente a consolidação de seu grupo de poder, especialmente o PT (e também os demais partidos, todos de esquerda) comprometidos com o projeto de poder totalitário do Foro de São Paulo: implantar o socialismo na América Latina, a “Pátria Grande” socialista.

Com a “redemocratização”, gestada pelo CEBRAP no início dos anos 70, com recursos da Fundação Ford obtidos por Fernando Henrique Cardoso, foi possível a intelectuais marxistas, muitos deles ainda antes, provenientes da USP, conceber um projeto de poder de longo prazo (eles pensaram mesmo em quarenta anos, por aí), para aparelhar todas as instituições do País e fazer a revolução socialista acontecer, de modo sutil e sofisticado, como quis Gramsci, com um partido político no controle de todo o processo.

As resistências que emergiram após o pleito de 2014 não foram irrelevantes, e mesmo ainda sem uma organização sólida, deixaram quase toda a esquerda perplexa, pela capacidade de reação - foram dois milhões de pessoas só na avenida Paulista, em 15 de março deste ano. Ainda assim estão fazendo de tudo para driblar a atual crise, para não comprometer o projeto de poder que eles querem consolidar a todo custo, mesmo cientes de que é um projeto de poder que se volta contra o povo brasileiro, e favorece apenas uma facção inteiramente inescrupulosa. Algo que os fatos comprovam a cada dia.

Há aí, algumas personagens que quero destacar, que estiveram desde o início na gestação desse projeto, e hoje são os que mais se beneficiam disso tudo.

Fernando Henrique Cardoso, hoje membro da entidade globalista “The Elders”, por exemplo, naqueles anos iniciais do CEBRAP, foi quem subsidiou Ulisses Guimarães na elaboração do estatuto do então MDB, que está aí até hoje como um parceiro e tanto! E então sob tantos eufemismos, para a perversão dos “direitos humanos”1, a revolução cultural precisou ocorrer também no campo político.

Tal processo, na verdade, adensou o que já havia sido acenado, ao final da Segunda Guerra Mundial. Lembremos do que foi debatido em janeiro de 1945 no I Congresso Brasileiro de Escritores, época em que Fernando Henrique, muito novo, já confabulava com Oswald de Andrade. Naquele primeiro período de redemocratização, os intelectuais principalmente da USP, entre outros, já acalentavam a ambição por um partido proeminente de esquerda, mesmo ainda sob a influência de Vargas, que desejava “aglutinar suas heterogêneas bases de apoio em um único partido político”2 . Naquele período, tivemos, digamos assim, um primeiro balão de ensaio. O pai de FHC, “o tenente-coronel Leônidas, ao longo do ano de 1945, participa do movimento pela anistia dos presos e perseguidos políticos, defende a reconstitucionalização do país”3, etc. Naquela época, FHC já tinha sido seduzido pela esquerda e seduzia. O próprio “Darcy Ribeiro fala na malícia de Fernando Henrique, já bem visível desde a adolescência”4, quando “dizia as coisas com um pequeno sorriso no canto da boca e com um jeito malandro”5. E assim, ainda “no período do ginásio”6, FHC “em 1946 é eleito diretor do grêmio, depois vice-presidente em 1947, e presidente até 1948.”7 Quando ingressou, no ano seguinte, na Faculdade de Filosofia da USP (porque foi reprovado no vestibular para a Faculdade de Direito, por causa do latim”8), e seria aluno de outra personagem importante nessa história toda: o longevo, quase centenário, Antonio Cândido de Mello e Souza, que anos mais tarde fundaria o PT e ajudaria a fazer de Lula o monstro político que é hoje. E há ainda outro ilustre professor da USP, que ajudou nisso: Sérgio Buarque de Hollanda, pai do enfant gaté Chico Buarque, aquele que cantou para eleger Lula: Sem medo de ser feliz!9

Antonio Cândido de Mello e Souza, além de badalado crítico literário, entusiasta dos modernistas, foi militante do Partido Socialista Brasileiro, tendo participado do Grupo Radical de Ação Popular. A sua tese de doutorado em Ciências Sociais, Os Parceiros do Rio Bonito (1954), datilografada pelo seu aluno FHC, faz o ataque à propriedade privada, sob a premissa marxista. [E também faz, naquele estudo, à apologia à mandioca]. Defende também que “a formação de uniões novas e livres e aprovadas pela sociedade podem contribuir, segundo a tradição caipira [que é objeto de estudo de sua tese], para a correção de desequilíbrios sócios culturais.”10 Estão lá os elementos embrionários da agenda do marxismo aliado ao feminismo, hoje escancarada pelo governo do PT, que ele ajudou a fundar e que seu aluno FHC exerceu e exerce ainda hoje papel preponderante em sua implementação.

O embuste eleitoral de 2014 foi um ato de desespero a quem via ruir, pela evidência dos fatos, a chance de obter a hegemonia e, por isso, teve de recorrer à Smartmatic para forjar um consenso que não existiu e avançar, na consolidação da agenda e do projeto totalitário de poder, gestados fora do País, em longuíssima data.

O fato é que, com trinta anos exatos da “Nova República”, o que conseguiram essas personagens ilustres, que ainda estão aqui, e fazem parte da história atual, foi o nocaute da soberania nacional e a corrosão da democracia, a sua degeneração, ao que Aristóteles já chamava de demagogia, “dirigida antes de tudo para a conquista e manutenção de um poder pessoal ou de um grupo”11, o grupo de poder comprometido em tornar o Estado um Leviatã, com a ideologia marxista a perverter e subjugar toda a sociedade brasileira aos seus caprichos e equívocos, no afã de uma reengenharia social, que coloca o partido do governo numa guerra contra os princípios e valores da autêntica cultura e tradição brasileira, que é profundamente conservadora e cristã, do cristianismo que é “o cimento da nossa unidade”12, portanto, um partido que se voltou contra a identidade do povo brasileiro. Mas este é o partido [com seu líder demagogo, o chefe13, blindado pela imprensa e pelas demais instituições] que foi agora, esses dias, o mais beneficiado com a aprovação do financiamento público de campanha, apesar de todo lamaçal em que estão envolvidos muitos de seus membros, dirigentes e parlamentares. E para a manutenção do poder, não se importam mais com a máxima de Macbeth: um erro puxa outro erro.

Um partido, com um projeto de poder totalitário, que subsiste com “uma práxis política que se apoia na base das massas”14 (dos homens-ocos que referia T. S. Eliot), e não do povo; pois a democracia é o governo do povo e não das massas, e o PT é o partido das massas e não do povo, por isso, a corrupção em níveis tão degradantes, que destrói a própria democracia. E o povo brasileiro foi às ruas, não como a voz rouca das ruas(como certa vez disse FHC), mas sim, para dizer um não retumbante a tudo isso.

E em meio à grave crise atual, o que fez o PT (e todos os demais partidos filiados ao Foro de São Paulo? Ignorou o clamor do povo, aquela melhor parte do povo que saiu às ruas, consciente de suas responsabilidades, deveres e criatividade na busca de salvaguardar a democracia desse grupo de poder que a corroeu, com a conivência das instituições totalmente aparelhadas e vergonhosamente capituladas, inclusive setores da Igreja que ajudaram Lula chegar lá e ainda o ajudam a se manter, apesar de tudo o que a Operação Lava Jato tem exposto. 

Por isso esta crise política [uma crise profundamente moral e cultural] é também a crise da hegemonia. Esse é o x da questão. Eles ainda não a obtiveram plenamente, mas estão em guerra de posição, porque sabem que a hegemonia é o “centro nevrálgico de toda a estratégia política”15 Sabem também que eles não obtiveram o consenso da direção amoral e imoral que eles quiseram dar ao País, porque fraudaram as urnas em 2014, e nem conseguiram também a inteira passividade do povo, que saiu às ruas, primeiro com as jornadas de junho de 2013 (com todos aqueles distúrbios), depois com as grandes manifestações de 2015, quando, enfim, mostramos a nossa cara. E saímos de cara limpa.

Mesmo assim, a guerra de posição vai se intensificando, com estragos incontáveis, pois o que conta agora para eles é a obtenção da hegemonia, e mesmo que a obtenham devastando toda a nação, agem sabendo que quando falha a persuasão, resta a coação para a imposição do poder [legítimo ou não]. A democracia portanto [degenerada e violentada por eles] será ainda utilizada apenas como retórica e “método revolucionário”, até chegar à “última e lógica consequência da prática demagógica”16, que é a eliminação de “toda oposição”17 e que por sua vez é o fim da própria democracia.

Agem portanto “com uma política de potência agressiva e sem princípios”18, inteiramente pragmática, por todos os meios, pois, como disse Saulo de Tarso Manriquez, o “desejo ideológico’ de Lula é transformar o PT em um pleno partido de Estado”19. E mais: “conduzir o PT para além da hegemonia dos partidos de esquerda”, para Lula instaurar assim a sua “tirania ou ditadura pessoal20”, com apoio internacional especialmente das forças aliadas ao Foro de São Paulo. O Brasil está a caminho disso, se nós não formos capazes de deter (ou semos) a pedra colocada no meio do caminho. A Operação Lava Jato será capaz de detê-los? Ninguém sabe.

Desde 1945, com aquele primeiro balão de ensaio de redemocratização, que os intelectuais marxistas cobiçaram um partido de massas, para a completa manipulação e controle social, num país de débil tradição partidária e com sistemas eleitorais fragilíssimos. Se naquele tempo já se valiam do clientelismo e do populismo era justamente para que não houvessem partidos políticos capazes das expressões de uma sã democracia e evitar toda e qualquer forma de abuso de poder. Foi a partir dessa fragilidade que forjaram a redemocratização pós-64, e no CEBRAP, fizeram os estudos em buscas das estratégias adequadas, colocadas em ação desde o final dos anos 70 e início dos 80, criando uma infinidade de OnGs para ajuda-los nisso [agindo como “’mecanismos hegemônicos’ da sociedade civil”21 etc, para o desmonte de valores que aí estamos vendo, a que ponto chegaram. O próprio Antonio Cândido sabia que o partido (o PT) estaria imbuído da missão de minar o conservadorismo no Brasil, que, para ele, era o “maciço central”22 que até então havia dominado a “nossa vida intelectual”23. Por isso, em pouco mais de três décadas, liquidaram o que dava vigor ás nossas instituições, [a nossa cultura, a nossa literatura, o jornalismo, o magistério, a doutrina católica), hoje debilíssimas; e por isso, solaparam as bases morais da democracia, para “que apenas um único partido conduza toda a política nacional”24, mesmo chafurdado na lama em que está. Foi o que fizeram.

Veio então a resistência em 2015. E estamos aqui agora avaliando os primeiros passos dados e o que devemos fazer para que essa resistência não seja apenas um rompante. E um encontro como esse está em sintonia com os nossos sentimentos e a disposição para esse desafio: o de salvaguardar a democracia e a soberania nacional em nosso País e deter esse projeto de poder que ameaça as nossas liberdades e os nossos mais caros valores. Por isso a vigilância quanto ao sistema eleitoral [a indignação contra o embuste eleitoral de 2014, operado pela Smartmatic, em conivência com o TSE] e a exigência do voto impresso se fez necessário como primeira iniciativa nesse sentido, e de todas as ações, a mais urgente, que não pode ser mais protelada, é a que visa cassar o PT por sua vinculação ao Foro de São Paulo, por violação do artigo 28, alínea II, da Lei dos Partidos Políticos (Lei número 9.096 de 19 de setembro de 1995), que proíbe que qualquer partido esteja “subordinado a entidade ou governo estrangeiros”25, e por aí afora, e pelos frutos que aí estão – pelos frutos conhecereis a árvore].

Temos pois que começar o gigantesco trabalho que nos espera, de desaparelhar as instituições, de formar uma elite pensante capaz não só de diagnosticar toda essa situação, mas agir politicamente. Mas nada disso será feito somente com boa vontade, ou vocês pensam em enfrentar tudo isso somente com pena e prosa, oumemes nas redes sociais? É um trabalho sério que requererá tempo e a agregação do que temos de melhor, em todos os aspectos. E com estudo, planejamento, volição no fazer, avaliação, recursos e meios. E também coragem e patriotismo.

Se eles tem apoios internacionais [Cuba, China, Brics e tudo mais], que nós também possamos recorrer àquelas instituições, ás forças conservadores organizadas dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Israel e outros, e também fundações que investem na promoção do conservadorismo, com experiência de lobby nos parlamentos e outras instâncias decisórias, e também nas universidades, na imprensa e tudo mais; instituições estas que investem em projetos e programas que valorizam o Estado mínimo, a livre-iniciativa, os valores tradicionais e a defesa nacional. 

Trouxe aqui uma lista desses organismos, por exemplo, que atuaram com eficácia no governo Reagan, e ainda hoje fazem investimentos nesse sentido. 

Se fazemos parte da resistência [pacífica e cívica] e até mesmo da desobediência civil, se necessário, qualquer que sejam as iniciativas e estratégias, não faremos a contra-revolução com tibieza, amadorismo e ingenuidade. Temos a expressa maioria do povo brasileiro do nosso lado, 93% da população é contra o governo que aí está, mas e então? O que nos falta? Mais do que ousadia e criatividade, é hora de arregimentar novamente os voluntários da Pátria, pois trata-se mesmo de um combate. Não basta apenas bradar “verás que o filho teu não foge à luta”26. E ainda “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”27, sem agregar as forças varonis, para com “a clava forte”28, se equipar e se estruturar, se organizar e conhecer, a fundo, o adversário que se está enfrentando, para fazer emergir, em glória, e com vitória, o “impávido colosso”29. Mais do que o brado retumbante, mais do que a alma vigilante, é preciso agora ordenar tudo isso, para “conquistar com braço forte”30, “o sonho intenso”31, “de amor e de esperança”32 da “pátria livre”33 , amada e pujante, dar ao povo a razão da nossa fé, a fé no Brasil cristianíssimo, para que, se Deus quiser, “a mão mais poderosa”34 zombe deles35, e faça triunfar a “brava gente brasileira”36.

Muito obrigado.

(Pronunciamento do Prof. Hermes Rodrigues Nery, Coordenador do Movimento Legislação e Vida, no Conclave de São Paulo pela Democracia, em 28 de novembro de 2015:




NOTAS:
SANAHUJA, Juan Cláudio, Poder Global e Religião Universal, p. 39, Ecclesiae, Campinas, 2012.
KAYSEL, André, Elementos para uma genealogia das direitas brasileiras, p. 60, no documento “Direita, Volver – o retorno da direita e o ciclo político brasileiro, Fundação Perseu Abramo, 2015.
LEONI, Brigitte Hersant, Fernando Henrique Cardoso – O Brasil do Possível, p. 52, Editora Nova Fronteira, 1997.
Ib. p. 57.
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Ib. p. 58.
BORGES, Caroline de Miranda e Carmem Maria Aguiar, Uma abordagem sumária de Parceiros do Rio Bonito. A história do caipira paulista, Efdeportes.com, Revista Digital, año 13, nº 126, Buenos Aires, novembro de 2008 [http://www.efdeportes.com/efd126/parceiros-do-rio-bonito-a-historia-do-caipira-paulista.htm]
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FREYRE, Gilberto, Casa Grande & Senzala, pp. 91-92, Global Editora, 49ª edição, São Paulo, 2004.
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BELLIGNI, Silvano, Dicionário de Política, (org. Por Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino), Hegemonia, p. 580, Editora Universidade de Brasília, Vol. 1, 4ª edição)
ZUCCHINI, Giampaolo, Dicionário de Política, (org. Por Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino), Demagogia, p. 319, Editora Universidade de Brasília, Vol. 1, 4ª edição)
Ibidem.
BELLIGNI, Silvano, Dicionário de Política, (org. Por Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino), Hegemonia, p. 580, Editora Universidade de Brasília, Vol. 1, 4ª edição)
MANRIQUEZ, Tarso, PT total: para além da hegemonia da esquerda, publicado no Midia Sem Máscara, em 25 de novembro de 2015 [http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/16214-2015-11-25-21-08-29.html]
ZUCCHINI, Giampaolo, Dicionário de Política, (org. Por Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino), Demagogia, p. 319, Editora Universidade de Brasília, Vol. 1, 4ª edição)
BELLIGNI, Silvano, Dicionário de Política, (org. Por Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino), Hegemonia, p. 580, Editora Universidade de Brasília, Vol. 1, 4ª edição)
KAYSEL, André, Elementos para uma genealogia das direitas brasileiras, p. 49, no documento “Direita, Volver – o retorno da direita e o ciclo político brasileiro, Fundação Perseu Abramo, 2015.
Ibidem.
MANRIQUEZ, Tarso, PT total: para além da hegemonia da esquerda, publicado no Midia Sem Máscara, em 25 de novembro de 2015 [http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/16214-2015-11-25-21-08-29.html]
Lei 9.096, de 19 de setembro de 1995 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9096.htm
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.
Ibidem.


(*)Hermes Rodrigues Nery é coordenador do Movimento Legislação e Vida. 

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