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quarta-feira, fevereiro 14, 2018

Zoofilia: como as agendas conquistam a opinião pública



por Cristian Derosa(*)




A zoofilia já tem seus apoiadores. Eles são discretos e não têm pressa alguma. Assim como os ativistas pedófilos, seus objetivos são evidentes: obter o tratamento de “vítimas de preconceito” e fazer de sua conduta, aos poucos, uma moda entre os jovens.


Vimos recentemente a pedofilia ser representada em obras de arte, diante da sociedade brasileira escandalizada. Trata-se do bom e velho “tapa na cara da sociedade”, dito por ativistas em tom de ousadia artística, cujo termo técnico apropriado é “dessensibilização”. O processo de tornar as pessoas mais afeitas a certas idéias se consagra em uma lenta escalada de “expressões de impressões” individualizadas, únicas e pessoais, sempre amparadas pela liberdade de expressão. Seu objetivo, no entanto, é o da mudança na recepção e percepção da realidade.

Utilizando as mesmas técnicas dos ativistas pedófilos e da ideologia de gênero, podemos imaginar como seria possível fazer a com que a sociedade aceitasse algo que hoje considera absurdo. Usemos um exemplo que em breve já não será tão absurdo, já que a pedofilia alcançou já o cume do processo, abrindo espaço para outras monstruosidades. Pensemos na zoofilia (bestialidade), uma causa que já possui sua militância teórica há algum tempo. Os direitos dos animais surgiram historicamente para lutar contra todo tipo de abuso ou violência contra animais. Ora, o abuso sexual é uma dessas formas de violência, o que sempre foi tratado com grande rejeição pelos adeptos da defesa dos bichinhos.

Uma das maiores ONGs de defesa dos animais é a ANDA (Agência de Notícias dos Direitos dos Animais), que repercute notícias sobre maus tratos. Recentemente, a ANDA repercutiu, com indignação, a matéria da ativista Gabriela M.O., para a revista Void, intitulada Tirem os filhotes da sala“(A REVISTA RETIROU A MATÉRIA DADA A NEGATIVA REPERCUSSÃO). Na matéria, Gabriela defende abertamente o sexo com animais, dizendo tratar-se de uma manifestação de amor, ampliando o clichê de que amor não tem idade, sexo, tamanho, nem espécie.

Capa da Matéria retirada do site pela repercussão negativa


Para amparar a sua tese, Gabriela cita o filósofo iniciador das teorias pró-bichos, o australiano Peter Singer (foto abaixo) que, em um artigo intitulado Deares Pet: On Bestiality, diz que “a relação entre humanos e outras espécies não tem nada de criminoso, desde que seja mutuamente gratificante – e isso inclui o sexo com animais”.

Peter Singer


Pergunta: se tanto Gabriela, ativista da revista Void, quanto os ativistas da ANDA se identificam como ativistas pelos direitos dos animais, por que motivo esta última não apoia as ideias inovadoras da sua colega e a considera absurdas e monstruosas? A resposta é muito simples: elas pertencem a estágios diferentes do ativismo. A dialética do absurdo consiste em colocar o tema em pauta mesmo que ele seja muito mal visto. O tempo e a ação discreta baseada na exposição e dessensibilização, vai forçando a formação de opiniões contrárias, lados opostos e um debate em torno do assunto. Os meios de comunicação não são capazes de nos dizer como pensar, mas podem, sem dúvida, nos dizer o que pensar, observou Bernard Cecil Cohen, no livro The Press and Foreign Policy.

A longa campanha contra a pedofilia não fez outra coisa senão abrir espaço para os ativistas que, de posse das provas da campanha de difamação e perseguição perpetrada pela sociedade arcaica e antiquada, surgem, aparentemente do nada, em assalto à “moral e os bons costumes”, que os ingênuos acreditam estar em perfeita saúde e vitalidade. A verdade é que a virgem já foi deflorada há muito tempo.

Continuando nosso esforço imaginativo de previsão, se os ativistas da zoofilia desejam que a sua prática seja mais bem vista, precisam de muita dessensibilização, isto é, notícias de abusos sexuais de animais, mesmo que isso escandalize a sociedade. O escândalo é a própria dessensibilização, que vai ganhando força à medida que estágios anteriores vão se sedimentando no imaginário. Como no caso da pedofilia, é possível estabelecer uma distinção entre o zoófilo abusador, e portanto criminoso, e o pobre coitado do indivíduo que tem uma inclinação, uma atração irrefreável por quatro pernas. Este, obviamente, precisa de um tratamento e, quando não for possível, a sua atividade deve ser, então, tolerada, já que a culpa é do desejo e não dele. O indivíduo vitimado por esse fardo também não deve ser discriminado, podendo no máximo ser encaminhado a tratamento, tal como o usuário de drogas que nem mais pode ser preso.

A sociedade é colocada em uma posição de débito para com o cabriteiro, que passa a ter na opinião pública um algoz temível. A própria palavra zoófilo precisa, então, ser trocada por uma menos ofensiva (que tal “zooafetivo”?) e as uniões entre homens e animais passarão a ser defendidas, quando for prazeroso para o bicho, é claro. Diferente da pedofilia, esta prática não fere alguém que de fato é sujeito de direitos, como a criança, um ser humano, mas um animal. A sociedade, tão protetora e zelosa dos animais passará, então, a defender o abuso e a sodomização de bichinhos. E o fará com o ar de quem defende um direito, usando dessa defesa para incrementar sua personalidade benevolente diante das necessárias aparências do politicamente correto, para que o chefe não o olhe feio. Isso funciona porque as pessoas já estão totalmente prontas para isso.

Qualquer tópico de agenda que prescinda do estágio informativo, isto é, da colocação do tema em pauta, estará fadado ao fracasso. Disso os engenheiros sociais sempre souberam. Mas há um nível de seleção para a informação que deseje cair nas graças da fé pública. Não se trata de uma loteria. Ninguém ganha a mídia sem um aporte sólido. As informações disponibilizadas a jornalistas, seja qual for o tema, em geral vieram de longo esforço intelectual, fruto de décadas de estudo aprofundado e empenho científico. Depois de tudo isso, a instância que colocará o tema nos jornais está já plenamente convencida e nenhum argumento a fará mudar de ideia. A última esfera dessa verdadeira viagem rumo ao público é a política e qualquer ação política que se inicie sem essa retaguarda científica e intelectual, será apenas uma onda passageira usada e ressignificada pelas agendas atuantes para o seu próprio fortalecimento.

Grupos: a engenharia com poucos recursos
Como os pedófilos ou zoófilos, a militância LGBT se tornou uma massa de manobra de movimentos revolucionários que buscam a desestruturação moral da sociedade para a aplicação de leis e mudanças que teriam a moralidade como obstáculo. Esses ativistas se vêem forçados por suas próprias inclinações a lutarem por uma causa comum. O agrupamento de ativistas com desejos e anseios em comum é a primeira etapa de um fortalecimento das militâncias e ampliação de um exército para a guerra cultural. Nada disso seria possível sem a integração de grupos, usados para os estudos de recepção comunicativa.

Os estudos de recepção, na comunicação, começaram já na década de 1960, quando nomes como Paul Lazarsfeld e Kurt Lewin empreenderam longas experiências, dando origem a uma obra de engenharia até hoje utilizada. As chamadas “dinâmicas de grupo”, utilizadas até hoje, seja em empresas, sindicatos ou igrejas, foram e são responsáveis por um processo de integração do indivíduo em um grupo e a sua consequente domesticação. É mais fácil controlar indivíduos quando eles integram grupos. Trata-se de uma medida de economia de recursos que tornou possível a ação em grande escala.


Fonte: midiasemmáscara.org



sábado, setembro 30, 2017

Sociologia do jornalismo




O episódio do MAM e as criaturas que infestam as redações.
por Cristian Derosa(*).






Comentário do autor, Cristian Derosa:
A “performance” apresentada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) que expôs um homem nu à apreciação de crianças e adolescentes gerou protestos, mas a jornalista Rita Lisauskas, do Estadão, reagiu, no Twitter, com ironia à justa indignação do público. Em sua mente “jornalisticamente correta”, soa absurdo que alguém tente “cercear” uma “livre expressão”, mesmo que seja criminosa ou pedófila, pelo simples fato dessas expressões representarem, para o meio jornalístico do qual ela faz parte, a mais excelsa e intocável arte. Certamente, para ela, toda a sociedade deve aceitar, em silêncio, abusos de crianças em museus e escolas e o grande vilão que a sua mente jornalística consegue visualizar é o MBL (Movimento Brasil Livre), o maior grau de conservadorismo que ela consegue perceber.

Rita Lisauskas é apenas mais um exemplo, entre centenas de jornalistas, do que aponto no presente artigo.


Redações em espiral: a sociologia do jornalismo

Em uma época em que o reforço psicológico e a auto-afirmação fazem as vezes de valores morais, não há maior apóstolo da credibilidade jornalística do que o próprio jornalista. Ele é, portanto, a vítima mais indefesa e mais submetida às forças psicológicas que se distribuem pela sociedade contemporânea. E, portanto, a quem menos se deve dar crédito.


Toda a vida moderna gira em torno da socialização, do afago a egos cada vez mais sedentos de confirmação, a autoimagens hiper-sensíveis e à beira do pânico diante da possibilidade de rejeições e do medo do isolamento, que representaria a morte social. O autoengano, neste sentido, torna-se uma prática diária de sobrevivência.

O sociólogo David Riesman diagnosticou esse fenômeno em sua obra A multidão solitária, publicado na década de 1950, no qual destacava a ascensão de um novo caráter social que chamou de alterdirigido, isto é, dirigido pelo outro. Desde a época das suas primeiras observações a respeito, o foco no ambiente social aumentou drasticamente. Hoje, ninguém pode estar totalmente imune ao juízo público. Nas palavras da politóloga Elisabeth Noelle-Neumann, quem mostra-se indiferente à opinião pública é ou um louco ou um santo.

Se estamos todos individualmente submetidos a essa pressão latente, um dos principais veículos responsáveis por disseminar a homogeneização das opiniões e crenças é a grande mídia, representada especificamente pelos meios noticiosos ou pretensamente informativos. Esses meios possuem, eles próprios, um ambiente no qual são produzidas as informações como atividade profissional, mas também social. Assim como nas ruas, nas repartições, no ponto de ônibus, na fila do banco ou no caixa do supermercado, as redações dos jornais fornecem um ambiente social especialmente fértil à transmissão de comportamentos e condutas imitativas. O jornalista está sujeito às mesmas forças que o restante da opinião pública, mas carrega consigo muito mais motivos para depositar credibilidade no seu próprio trabalho, pelas mesmas razões psicológicas presentes no restante da sociedade: a auto-afirmação, o desejo mimético de pertencimento à classe dos informadores e a solidariedade da categoria. Mas há algo mais.



Universidade: onde tudo começa
Formado por pessoas oriundas das universidades, locais em que hoje vigora o vício em álcool, drogas como maconha e opiniões superficiais, o jornalista chega à redação com crenças tanto mais firmes e convictas quanto menos fundamentadas em fatos ou experiências. O ambiente universitário, especificamente o do jornalismo, fundamenta-se na disseminação de uma imagem de sociedade que independe de experiências ou vivências reais. Pelo contrário: toda experiência real deve, por força e pressão do pertencimento à nova classe, ser moldada e ressignificada dentro das categorias presentes na imagem ideológica de sociedade que foi aprendida em sala de aula. E a força persuasiva dessa imagem não está de forma alguma na força dos seus postulados, no rigor da observação, tampouco na credibilidade intelectual ou pessoal do professor. A maior força de persuasão está no próprio compartilhamento das crenças pelos membros do grupo, uma vez que isso fortalece, não a crença ou conjunto de crenças em si mesmos, mas o pertencimento do indivíduo àquela comunidade pretensamente pensante.
“O mundo é governado pela opinião”.
Gravura publicada em 1641, representando a opinião pública regada
 pelos jornais, comandada pelo governante.


O fator catalisador das ideias e opções ideológicas e idealistas está, sem sombra de dúvida, na permanente e onipresente socialização a que o estudante universitário se vê submetido desde a entrada às portas daquilo que crê ser o “templo do conhecimento”. Hoje as universidades estão rodeadas de bares e cervejarias, bem o contrário do que um ingênuo observador poderia supor ao imaginar um campus circundado por livrarias, cafés e museus. A vida universitária de nossas cidades foi, já há algumas décadas, reduzida àquilo que antes era reservado aos estratos mais baixos da vida urbana, às periferias não apenas geográficas, mas morais. O mundo ordinário do estudante há muito deixou de ser o das letras e das artes para precipitar-se à mais baixa escala de existência. Uma mudança desse tipo, de graves consequências para milhares de vidas individuais, não pode ser esquecido quando tentamos compreender o conteúdo abjeto de notícias advogando em favor de crimes como pedofilia, uso de drogas e assassinatos. Também não nos deve impressionar uma decadência desse tipo.

Cada vez mais estudos apontam para uma verdadeira epidemia de depressão e ansiedade em estudantes universitários. Até mesmo casos de esquizofrenia e surtos psicóticos não são raros. A exposição a drogas e socialização constante produz evidentemente um aumento nos níveis de ansiedade e demandas maiores por atividade social, o que no meio universitário é facilmente confundido com estudo, atividade social, ativismo e uma gama de coisas vistas hoje somente em seu caráter positivo.

A redação
Chegada a formatura, o jornalista recém formado se crê no direito de ser contratado pelos jornais proeminentes e, tão logo o consiga, sabe que tem o dever de transformar a sociedade naquilo que seus professores o ensinaram. Mas, chegado ao ambiente social da redação, tudo muda. Até mesmo o idealismo universitário pode ser deixado de lado em nome da adaptação social ao novo grupo. O chefe, o colega, os “famosos” da redação, os exemplos dos quais todos falam, aquele repórter premiado que passa na redação distribuindo brincadeiras íntimas sem, no entanto, aceitar muita proximidade. O recém chegado adoraria ser amigo dele. Eis o objetivo profissional inicial e imediato. Tão logo se tornar aceito e integrante daquelas brincadeiras, será notado pelo editor-chefe. Este é o critério inicial e a demora ou incapacidade de perceber isso pode representar a ruína ou o ostracismo editorial: ser relegado à diagramação ou a algum outro setor já previamente estigmatizado como depósito de inúteis sociais. O inútil social é alguém que não foi capaz de conquistar o sorriso do chefe (ou dos colegas que o fizeram) ou não atraiu para si qualquer interesse ou simpatia, o que indicaria a submissão às ordens dadas sempre em tom de confiança. Ordens estas que significam obviamente opções muito claras em direção a políticas editoriais vindas de cima.

Em suma: todos precisam demonstrar afabilidade e flexibilidade extremas, que beiram o puxa-saquismo e a tolerância com humilhações, para comprovar a sua utilidade a um sistema de obediência absurdamente rígido, mas que aparenta ser apenas um jogo social necessário ou inevitável.

O problema por trás do que chamamos muito genericamente de “militância esquerdista nas redações”, não é uma questão ideológica. O que viabiliza toda a transmissão de ideias é, na verdade, a submissão psicológica, a dependência social em que indivíduos são cooptados não em nome de ideais, mas da sua sobrevivência social e profissional. Uma minoria dos jornalistas e repórteres possuem crenças fixas e convictas. A grande massa disforme de profissionais está apenas sujeita a uma rede de ameaças emocionais que forma um sistema psicótico de produção de histéricos em série. Nada disso pode ser possível sem aquela dependência longamente construída na universidade, regada a muito álcool, drogas e uma vida moral pautada pela imitação de comportamentos, incrementos à hipersensibilização, distanciamento da realidade e confusão entre realidade e mundo social abstrato.



Fonte: Midiasemmascara.org

terça-feira, julho 11, 2017

Universidades brasileiras: incubadoras da nefasta ideologia de gênero




por Cristian Derosa (*).

Imagem: Prefeitura de Ariquemes Proíbe Ideologia de Gênero



A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sediou uma palestra da pesquisadora britânica Zowie Davy, no auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS) no último dia 26. O evento marca o início de uma parceria com a universidade no projeto chamado “Lesbian, Gay, Bisexual and Transgender (LGBT) Sex-Work Migration and Health Implications”, junto com o movimento Epicenes: Núcleo de estudos em gênero da UFSC, coordenado pelo professor Rodrigo Moretti.




Eventos como esse têm sido realizados em todas as universidades do Brasil, desde a década de 1990, quando o movimento LGBT, financiado internacionalmente e apoiado pelas conferências da International Lesbianand Gay Association (ILGA). O ILGA abriga em sua estrutura, desde a década de 1980, o grupo em defesa dos direitos à pedofilia, o NAMBLA (North-American Boy-Lovers Association). Há décadas que as universidade do mundo todo fornecem um ambiente propício e amistoso para o desenvolvimento das agendas que têm 

como objetivo a diluição e finalmente destruição de conceitos jurídicos que possibilitam o entendimento da própria noção de liberdade e democracia, o que não pode prescindir da moldura enganosa da defesa de direitos. Entidades internacionais como a Open Society, de George Soros, investem milhões todos os anos para esta “nobre” causa.



Nas últimas semanas, as redes sociais viram imagens chocantes de uma aula de sexo oral sendo ministrada em uma sala da Universidade de Maringá (PR), diante de atenta plateia. Quem se escandaliza com aquelas imagens certamente não conhece do que é feito o meio universitário brasileiro, há décadas refém de uma miscelânea de delírios ideológicos que remete a comportamentos aparentemente insanos. De fato, a doença mental parece ter se apossado das consciências (se é que ainda existem) de estudantes e professores que mais parecem zumbis de algum filme de horror futurista. Mas quem está por trás dessa estrutura de poder e influência que domina as mentes e almas dos jovens no Brasil e no mundo? A verdade é que uma estratégia de longo prazo dificilmente se deixa perceber tão facilmente.

Na capital catarinense, o projeto Epicenes, que funciona na UFSC, é responsável por realizar, desde 2015, o evento Semana de Combate às Fobias de Gênero na Saúde, realizado em parcerias com grupos de ativistas da UFSC e o Centro de Ciências da Saúde, entre eles o Grupo Acontece (arte e política LGBT), espécie de QG de atividades culturais para a promoção do movimento LGBT. Todas essas iniciativas estão vinculadas ao ativismo gay e o seu afiliado, o ativismo pedófilo. E estes são apenas uma parcela muito pequena de movimentos dessa natureza abrigados na UFSC, assim como em muitas universidades brasileiras. Obviamente, o Brasil apenas repete comportamentos já bem crescidinhos no exterior. Universidades norte-americanas já oferecem bolsas para quem estudar o movimento LGBT e questões de gênero.

Breve histórico dos movimentos

De acordo com pesquisa de Alves Calixto:

Na década de 90, foram criadas ONGs voltadas para a causa LGBT com financiamentos de organismos internacionais, criação de parcerias do movimento com partidos políticos e o poder público. Em 1995 foi realizada a primeira parada do Orgulho LGBT no Brasil a partir da 17ª Conferência Internacional da International Lesbianand Gay Association (ILGA), no Rio de Janeiro. No mesmo ano, foi criada a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, com 31 grupos fundadores. Atualmente, a ABGLT é uma rede nacional de 308 organizações afiliadas. Fortaleceu-se também a presença na mídia, a participação em movimentos de direitos humanos, a articulação com redes internacional de promoção de direitos humanos e proposituras perante parlamentares em nível federal, estadual e municipal.(SIMÕES E FACHINNI, 2009).

Datam da mesma década, o aparecimento da chamada “teoria queer“, já existente nos EUA desde a década de 1980, iniciada pela teórica feminista Judith Butler. O significado de queer bem serve para que se compreenda o objetivo dos movimentos dentro da revolução linguística com a qual pretendem desconstruir e, assim, desestruturar a sociedade. Ainda com base nas citações de Alves Calixto:

Queer pode ser traduzido por estranho, talvez ridículo, excêntrico, raro, extraordinário (…). A ideia dos teóricos foi a de positivar esta conhecida forma pejorativa de insultar os homossexuais. Segundo Butler, apontada como uma das precursoras de teoria queer, o termo tem operado uma prática linguística com o propósito de degradar os sujeitos aos quais se refere. “Queer adquire todo o seu poder precisamente através da invocação reiterada que o relaciona com acusações, patologias e insultos” […] Por isso, a proposta é dar um novo significado ao termo, passando a entender queer como uma prática de vida que se coloca contra as normas socialmente aceitas (COLLING, 2011, p. 3).

O ataque ao que se entende como “normas socialmente aceitas” confunde-se facilmente com um golpe não aos valores, mas às realidades das quais eles falam. A revolução linguística vem resolver o problema de Marx, para quem os valores capitalistas estariam lastreados pela moral familiar, religiosa e, consequentemente, pelas verdades admitidas sobre a biologia. A diferença é que Marx acreditava que o socialismo poderia destruir a família naturalmente, o que não ocorreu. A alternativa agora é destruir primeiro a família, já que esta se recusou a morrer nos países em que o socialismo se impôs. É a alternativa cultural do marxismo ortodoxo.

Por que é necessária a destruição da família e perversão das crianças?
Segundo a noção já consagrada pelo que podemos chamar de Ideologia de Gênero (ou teoria da identidade de gênero) mais em voga, “a sexualidade não é compreendida como uma questão pessoal, algo ‘dado pela natureza’, mas é social, política, histórica aprendida no decorrer da vida de todos os sujeitos sociais”. Esta noção questiona o poder da biologia (ou de fatores externos) na construção da identidade humana. Essa identidade poderia ser puramente “inventada”, com base não numa realidade, mas em desejos retirados da própria cultura. Se a normatividade familiar, referida por eles, é artificial (e má) por ser baseada em uma construção social, muito pior seria a teoria queer, que necessita de um aparato de construção social muito mais agressivo para contrariar a biologia. Mas o argumento de construção social é apenas uma fachada. As “normas socialmente aceitas” não são vistas como más por causa da sua suposta artificialidade, mas por representarem, segundo Marx e Engels, o lastro inicial de toda forma de exploração: a família.

Assim, o pai explora a esposa e, juntos, exploram os filhos. O motor de toda a exploração é sexo, como domínio físico do corpo, segundo as ideias feministas que foram sintetizadas nas teorias de Freud. É por este motivo que feministas como Shulamith Firestone defendem clara e expressamente a liberação sexual das crianças. A destruição não é a única condição para a nova sociedade da liberdade total. O anticoncepcional, a educação estatal para todos, assim como as escolas mistas, tiveram como inspiração as ideias de Firestone, que tinha como objetivo a liberação da mulher para que ela pudesse ser livre da dominação e exploração imposta pela instituição familiar.

Nenhum militante LGBT dirá jamais que deseja destruir a família, mas certamente defenderá que a família tenha o seu conceito ampliado e diversificado, modificado desde a sua base, até que as pessoas não sejam mais capazes de distinguir entre uma família e uma manifestação de pedófilos que grita em frente à Igreja, acusando padres de pedófilos, ao mesmo tempo em que pede a descriminalização da pedofilia. A contradição é a sua arma mais eficiente, pois desarma o inimigo, como disse Butler.

Assim, os ideólogos do gênero transformam a sexualidade em arma política, capaz de destruir seus opositores por dentro e já em tenra idade, privando-os da identidade humana. Sabe-se que a autêntica identidade e personalidade humana só pode se manifestar no masculino ou feminino, isto é, por meio da identificação entre biológico e social, como insiste o filósofo espanhol Julián Marías. A constante deturpação e desidentificação entre as duas realidades (biológica e social), quando fomentada na infância, produz, já sabidamente, resultados catastróficos, não apenas sexuais ou comportamentais, como temos visto, mas cognitivos.

Federico Iadicicco, coordenador do Departamento Vida e Família do partido Fratelli d’Italia, afirma, em entrevista, que uma das razões por trás deste tipo de propaganda, o que Bento XVI chamou de “revolução antropológica”, contra a família e impulsionada por ambientes de poderosa influência financeira, está o poder de influência nas escolhas políticas de algumas das principais potências do mundo.

Definitivamente e de forma inequívoca, o financiamento substancial que grandes multinacionais e ONGs mundiais dão periodicamente a associações LGBT: Apple, Coca-Cola, a Open Society de George Soros, a Fundação MacArthur, a Fundação Ford, a Fundação Goldman, a Fundação Rockefeller, a Kodak, a American Airlines, a Pepsi, a Nike, a Motorola, só para citar alguns. Também é suspeita a atenção especial dos organismos supranacionais à promoção da ideologia de gênero nas escolhas legislativas nacionais. Basta considerar que a Organização Mundial da Saúde arruma tempo para ditar aos países as diretrizes de educação sexual para crianças em vez de lidar com os problemas reais da saúde no mundo.

Os resultados dessa ideologia já podem ser vistos em toda parte. Relatórios médicos e psiquiátricos já apontam a ideologia de gênero e a teoria queer como potenciais causadores de toda sorte de distúrbios e culpados de um crescente número de suicídios entre adolescentes e até crianças. A modificação dos corpos e das mentes destrói toda a capacidade de exercício do livre arbítrio humano, tornando-o um mero escravo de causas que ele não conhece.

Este é certamente um edifício dos horrores, do qual se pode compreender a bizarra motivação de verdadeiros monstros que se utilizam da fragilidade de crianças e adolescentes, em sua inocência, para transformá-los em ativistas zumbis. Os verdadeiros inimigos da humanidade, da família e de Deus, não são os militantes que lotam movimentos universitários, mas os teóricos e financiadores que transformam adolescentes em idiotas úteis a causas que apenas os destruirá por dentro e por fora.




domingo, outubro 04, 2015

Breve história do ativismo pedófilo.









Breve história do ativismo pedófilo.


por Cristian Derosa





Existiu, entre 1974 e 1984, na Inglaterra, um movimento de pedófilos chamado PIE (Pedophile Information Exchange), que entre outras coisas lutava no congresso para diminuir a idade de consentimento para relações sexuais, uma espécie de militância pela “maioridade sexual”. O movimento recebia dinheiro do governo britânico para a sua atividade por meio de verbas do Serviço de Voluntários do Ministério do Interior. O PIE acabou sendo fechado, na década de 80, depois que as investigações de frequentes escândalos de pedofilia acabaram levando a membros do movimento. Além disso, a sua atividade política começou a se tornar ultrajante para a sociedade britânica.

Entre as ações empreendidas por este movimento durante sua atividade, esteve a luta pela redução da idade de consentimento para QUATRO anos de idade, o que começou a despertar indignação. Mas houve resistência do governo pois a atividade do movimento estava abrigada pelo Conselho Nacional para Liberdades Civis.

Ficou claro na época que nenhuma iniciativa pedófila teria exito enquanto a prática mantiver um estigma negativo na sociedade, isto é, contrária a valores tradicionais ainda em voga.

Nos EUA, em 1978, foi criada a NAMBLA (Associação Norte-Americana do Amor entre Homens e Garotos) com o mesmo objetivo do PIE. NAMBLA é considerada a organização mais importante do ativismo pedófilo da atualidade.

Entre 1984 e 1994, pertenceu à ILGA (Associação Internacional de Gays e Lésbicas), mas foi expulsa. O movimento pedófilo alega que a expulsão da ILGA foi devido o objetivo do movimento internacional de conseguir um status consultivo como ONG nas Organização das Nações Unidas.

A ONU chegou a dar esse status ao ILGA em 1993 mesmo com a associação com o NAMBLA, mas com a ameaça do governo dos EUA de cortar financiamento às Nações Unidas enquanto abrigasse movimentos pedófilos, o ILGA decidiu pela dissociação com o NAMBLA, sendo então admitido pela ONU no ano seguinte após protestos de organizações pedófilas de outros países.
Harriot Harmon (esquerda) é hoje vice-líder do Partido Trabalhista britânico e integrante
do Conselho Para o Bem Estar da Criança.
Na década de 1970, era ativista pela pedofilia no movimento PIE.


O ILGA é um dos principais promotores da Ideologia de Gênero na ONU por meio da UNESCO, embora haja hoje centenas de outros movimentos e ONGs feministas empenhadas na causa da educação sexual para idades cada vez menores. (Links pesquisados:https://europeanmediacentre.wordpress.com/2013/11/05/pedophilia-is-a-sexual-orientation-under-new-california-state-law/ e http://www.nambla.org/)

Atualmente, no Brasil, por meio do Ministério da Educação e Cultura, rios de dinheiro são investidos na elaboração de programas educacionais que levam a temática da Ideologia de Gênero para ser ensinada a creches de todo o país. Essa ideologia, a pretexto de combater a discriminação, oferece às crianças um leque de opções sexuais e orientações possíveis que chama de gêneros.

A mudança de estratégia surtiu efeito. Hoje, na maioria dos países, a educação sexual é comum, embora a pedofilia seja oficialmente proibida. Um dos expedientes caros aos ativistas é a distinção, bastante arbitrária, entre pedófilos e abusadores de crianças. Segundo eles, há o pedófilo inofensivo que somente sente atração sexual por crianças mas não a pratica. Enquanto aos abusadores mantém-se a condenação penal, ao pobre pedófilo caberia tratamento, ajuda e toda a compreensão, cabendo inclusive, quem sabe, uma campanha de combate à discriminação contra ele.

O novo movimento pedófilo está hoje infiltrado nos movimentos LGBT por meio do “combate ao preconceito nas escolas”. Diante do preconceito sofrido por crianças com tendências homossexuais, sugere-se o ensino de todo tipo de prática sexual imaginável às crianças da mais tenra idade.

A mais conhecida teórica da Ideologia de Gênero, Judith Butler, porém, afirma que “gênero é o seu comportamento”, fazendo do conceito um tipo de cultura ou revolução comportamental. Ora, segundo ela, não há homens ou mulheres, mas simplesmente pessoas. A consequência lógica deste pensamento impõe que não exista nem mesmo preconceito e, no entanto, este é o conceito que está sendo utilizado para ensinar as crianças, a partir dos 4 anos, a explorarem seus corpos e os de seus colegas em busca de prazeres sexuais para, assim, definirem seu “gênero”.

A conceituação de Butler, se bem compreendida, já demonstra que não é o problema do preconceito que desejam resolver.

É sabido pela psicologia que para mudar a mentalidade de alguém, basta mudar-lhe o comportamento, pois o indivíduo lutará para adequar o pensamento às ações praticadas anteriormente, de modo a reduzir a dissonância cognitiva. Portanto, a mudança da mentalidade é o alvo principal, fazendo de crianças e adolescentes militantes eficientes pela destruição de todos os padrões morais.

Ao contrário do que muitos podem pensar, a Ideologia de Gênero não torna as crianças homossexuais, mas as transforma em órfãos incapazes de perceber a realidade justamente porque habituam-se a adequá-la aos seus desejos e às ideologias do momento. Convertem as crianças a meros brinquedos de adultos.


quinta-feira, abril 11, 2013

Controle técnico das paixões como arma política.





por Cristian Derosa (*)



A bancada LGBT do Brasil faz parte de um movimento internacional que não pretende somente exigir suporte estatal para suas próprias práticas ou desejos sexuais. Nem mesmo ela age exclusivamente no intuito de modificar ou expandir o conceito de normalidade às fronteiras dos seus próprios vícios. Não é este o objetivo. Ela pretende estender a toda a sociedade o desejo de lutar selvagemente pela garantia das demandas mais torpes e primitivas, visando legitimar a instauração de rígidos controles estatais, tudo em nome dos "direitos humanos" e até mesmo da moralidade, devidamente re-conceituada conforme a atuação de grupos de pressão como os gayzistas, feministas, etc..Enquanto o controle totalitário não é obtido, o desenvolvimento do processo permite que se vá controlando as condutas mediante ideias e promessas de realização, o que Santo Agostinho chamou de libido dominandi.


Michael Jones, na obra Libido Dominandi: Sexual Liberation and Political Control, usa do termo agostiniano para afirmar que a liberdade humana não depende da natureza ou das leis, mas é uma função do estado de moralidade em que ele vive. O autor lembra do conhecido Marques de Sade, que já em princípios do século XVIII, dera início à frutuosa parceria entre revolução sexual e política, abrindo as portas do inferno para a Revolução Francesa, iniciando o processo que culminará em nossos dias. Depois dele, muitos intelectuais propagaram essa ideia por verem nela o potencial que lhes propiciaria o futuro controle social desejado.

A luta sexual gayzista está sendo somente um meio útil aos objetivos revolucionários. Não há diferença, para eles, se pelo poder é preciso defender os direitos dos gays ou fuzila-los em praça pública, como fizeram e fazem as ditaduras revolucionárias. Os cristãos que hoje estão sendo atacados pela militância gayzista e vistos como inimigos do povo, serão os únicos que continuarão a defender a vida quando a ira do Grande Irmão voltar-se contra gays, feministas e todos os idiotas úteis que trabalham sem saber pela sua própria aniquilação.
Analisando os tópicos reivindicados pela militância GLBT, o jornalista Peter Heck chamou a atenção recentemente para o fato de que a luta pela instituição das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, não tem por base dar uma nova definição para o “casamento”. Para isso deveria haver uma definição alternativa sendo defendida. Ao contrário, segundo ele, o que se está querendo é antes uma “indefinição” do casamento. “Uma tentativa para obliterar qualquer parâmetro fundamental para o que é percebido como comportamento sexual moral e imoral”, diz Heck. Para qualquer um que tenha acompanhado o desenvolvimento desse assunto na grande mídia e na cultura pop nas últimas duas décadas, esse esforço não parece ser nenhuma novidade.

Há um processo de injeção de assuntos no público que gera uma indução de condutas. Estas condutas, por sua vez, vão funcionar como motores de justificação. Para compreender como isso acontece, segundo algumas técnicas sociais, podemos recorrer tanto à dissonância cognitiva como à teoria do Agenda-Setting.

Na dissonância cognitiva, de Leon Festinger, uma das tantas teorias estudadas para o uso na engenharia social ao longo do século XX, o desconforto causado pelas contradições internas entre a prática e os conhecimentos induzem a um rearranjo cognitivo que pode se dirigir à mudança de comportamento ou justificação racional do mesmo. Mas a tese de Festinger se ocupa especialmente do último caso. O potencial de uso dessa teoria para a determinação de comportamentos sociais, utilizada em conjunto a outras técnicas como a do agendamento, favorece imensamente a difusão de ideias justificadoras que viabilizam o poder do “governo invisível” referido por H. G. Wells, sugerido por Walter Lippmann, já desde a década de 1920, além de tantos outros intelectuais.
Basicamente, como dissemos, a teoria dá conta do processo de redução da dissonância, isto é, redução da contradição interna entre comportamento e ideias, o que faz com que a mente busque alívio na justificação das suas ações ao invés do abandono do comportamento. A dissonância coloca as duas opções ao indivíduo: ou modifica a prática adequando-a à cognição que tem da coisa ou modifica a cognição para justificar a ação.

Para que isso funcione de forma espontânea e em favor das mudanças desejadas pelos engenheiros sociais, porém, é preciso gerar um contexto em que o desejo de redução da dissonância se torne uma condição psicológica para a convivência social, da qual o cidadão dependa em alto grau. É fácil perceber que para elevar o nível de desejo subjetivo de modo a torná-lo necessário à realização pessoal, inicialmente é preciso associá-lo a valores já existentes na sociedade. Vamos falar de dois valores essenciais na democracia que pressupõem garantias do estado como condições democráticas: os direitos e as opiniões. Comecemos pelos direitos. A regulamentação jurídica do casamento, por exemplo, não surgiu na sociedade como atendimento a uma necessidade subjetiva das duas partes ou direito civis, mas como solução à condição objetiva do problema da partilha de bens diante da descendência. A lei civil do casamento existe em função da potencial geração de filhos, o que fez com que se buscasse instituir civilmente os costumes familiares que já existiam.

O feminismo foi a primeira luta política que condicionou a conquista de direitos civis à modificações nos fundamentos da moralidade vigente. Por meio da revolução cultural e sexual do século XX, foi sendo associada a progressiva conquista de direitos civis objetivos na modernidade, como os direitos trabalhistas, às lutas de caráter subjetivo como o feminismo. À medida que as subjetividades ganhavam atenção de acadêmicos das ciências sociais, eram paralelamente elevados a um patamar de direitos políticos, culminando com a revolução sexual das décadas de 1960-70. Abriu-se o precedente para a mais inconsequente subjetivação dos direitos políticos.

Edward Bernays, o mágico da propaganda, deu novo impulso à sociedade americana, nas décadas de 1930-40, ao motivar o consumo, que antes restringia-se ao campo da necessidade material, ao desejo subjetivo mediante estímulos e associações simbólicas e subliminares. A ascensão da sociedade de consumo soube vazar as suas demandas individuais também para a luta política.
Outro valor essencial e propício a este tipo de associação no mundo moderno são as opiniões e estas podem ser facilmente associadas a direitos. Ora, as opiniões são quase obrigatórias na sociedade democrática moderna e gozam, por assim dizer, de uma posição de verdadeiras virtudes. O indivíduo que não tem uma opinião formada sobre cada um dos temas presentes no debate público é um despolitizado e, consequentemente, não é cidadão. Ao menos é assim para as classes letradas, de onde brota a chamada "Opinião Pública".

O uso da teoria do agendamento como técnica de formação da opinião pública tem sido percebido não só na prática jornalística, orientada pelos donos da mídia, mas por pesquisas acadêmicas que buscam influenciar o processo pelo agendamento visando admitidamente a modificação ou ampliação de debates que gerem necessidades de mudança social. Antes, a opinião só era associada a desejos subjetivos em caso de mal uso, de imoralidade ou deficiência de caráter. Aos poucos, porém, o subjetivo foi sendo tratado como uma condição inevitável na formação da opinião e, mais tarde, desejável. Mas como essa associação se transforma em automatismo na mente contemporânea? A resposta está no controle do fluxo de informações e, consequentemente, das emoções humanas por meio da contrariedade. Expliquemos.

Um dos pesquisadores das opiniões da massa, o francês e mentor globalista Gabriel Tarde, dizia que a opinião só existe quando há contrariedade. Isso quer dizer que não há opinião sobre temas que não são motivo de oposição, o que Festinger chama de “relações irrelevantes”. A teoria do Agenda-Setting – abordada como técnica – também ajuda a explicar este fenômeno quando afirma que uma qualidade atribuída a um elemento ou tema só pode existir quando o assunto se torna debatível, ou seja, é elevado à pauta pública, tornado relevante. Bernard Cohen disse que a mídia não tem grande capacidade de definir como as pessoas pensam, mas pode com certeza influenciar o que vão pensar. O que Cohen não disse é que, depois de definir “o que” pensar, fica fácil atribuir-lhe qualidades desejadas.

Para tornar um tema relevante, justamente por isso, vale tudo. O homossexualismo se tornou assunto público quando das campanhas contra a pederastia, nos EUA, nas décadas de 1940, que alertavam para o perigo destes “elementos desordenados” da sociedade. Para fugir do arquétipo criminoso, intelectuais trabalharam para transformar o homossexualismo em doença diagnosticável e, portanto, livrá-los da condenação pública. Uma vez chamados de doentes, coube aos intelectuais relativizarem a loucura e a doença, elevando aspectos doentios da própria sociedade. Alfred Kinsey ficou famoso por seus relatórios que traziam dados (hoje sabidamente falsos) sobre a imoralidade sexual na sociedade americana. Kinsey é um dos pioneiros da campanha pelos direitos gays nos EUA e ainda hoje é tido como mestre inspirador do movimento internacional, embora tenha sido condenado por crimes de pedofilia. O homossexual tornaria-se então uma vítima da sociedade preconceituosa e hoje já ganha ares de ilha de sanidade em meio do oceano de perversões sociais que o oprimem. Com a luta pela “união homoafetiva”, o que já foi doença transfigura-se agora em direito civil ao ponto de haverem leis que criminalizem a mera opinião contrária.

A pedofilia não poderia trilhar outro caminho. Entrou em debate público como um problema, uma chaga social a ser resolvida. A criança era a grande vítima do abuso. Iniciaram-se campanhas contra a pedofilia, instigando o povo a denunciar. Aumentando denúncias, obviamente aumenta-se os casos conhecidos e a sociedade habitua-se com o crime. Hoje há quem defenda que a pedofilia é uma doença e o processo avança à medida que formam-se associações de pedófilos no mundo todo a exigir direitos sexuais de crianças. Leis que criminalizem a opinião contrária à pedofilia não estão fora de cogitação, como já disse o filósofo Olavo de Carvalho.

Ora, Gabriel Tarde falava da contrariedade como condição à existência de opinião. Observando a história desses movimentos e das teorias que dominam o campo da comunicação, concluímos ser bem conhecido por engenheiros sociais o fato de que quando se diz não à pedofilia, o “sim” surge como possibilidade lógica e ganha os campos da imaginação. Se há opiniões contrárias à pedofilia, por que não haver as favoráveis? O “legalize já”, jamais teria existido sem as décadas de “diga não às drogas”. A normalização de uma prática ou fato é essencial para a sua institucionalização assim como o casamento que, historicamente existente e praticado há séculos, acabou tendo como resultado a sua regulamentação civil na sociedade. A pauta da união civil gay é uma tentativa de imitar essa condição, a condição de prática existente a ser garantida civilmente.

Do mesmo modo, uma das principais justificativas para a legalização do aborto são os números de abortos. Então inflaciona-se, alardeia-se. Celebridades assumem a homossexualidade para simular à opinião pública de que se trata de uma realidade gritante que precisa ser reconhecida, quando na verdade não é mais do que uma fantasia de uma minoria desregrada e imoral que tenta subjulgar a maioria e obrigá-la, por pressão de leis, a abraçar o seu modo de vida, o que fatalmente ocorrerá e resultará num reforço de suas reivindicações, além da justificação às suas perturbadas consciências. Entortar o mundo parece ser a melhor maneira de se parecer direito.

Assim, uniões civis gays, pedofilia, drogas, aborto e, mais ainda, a poligamia e o que mais a imaginação mandar, serão facilmente institucionalizados enquanto os direitos e opiniões estiverem balizados pelos desejos. Porque os desejos existem no campo da imaginação e, sem moral, não há limites para o que se pode imaginar e desejar. Viveremos para ver o surgimento de instituições que garantam direitos a canibais, comedores de fezes, lunáticos de todo o tipo?

Mas quanto pior for o caos sexual e moral a que a sociedade seja submetida, mais imoral será a reação, a solução final desejada pelos verdadeiros financiadores das perversões sexuais que virão, poderosos e triunfantes, deitar sobre o povo a imoralidade da solução totalitária e controladora do governo mundial ao qual as grandes massas clamarão, com suas opiniões devidamente modeladas conforme o gosto dos gestores dos fluxos de informação.



(*)Cristian Derosa é jornalista e está no Facebook (aqui)
Fonte: Mídia Sem Máscara