sábado, outubro 01, 2011

Assim caminha a Imprensa livre e democrática.


Antes da Publicação até o Noblat sabia o resultado


Se alguém publicar que um ex-presidente, FHC, por exemplo, saiu pelado de um motel, a notícia ganha rapidamente repercussão e ninguém ou muito poucos irão procurar a verdade antes de publicar. Se no entanto a mesma notícia chegar às redações envolvendo Lula, por exemplo, todos ou quase todos investigarão antes a veracidade. Descoberta a farsa, no caso do Lula, as manchetes serão mais ou menos assim: "Oposição planta notícia falsa"; "Querem denegrir a imagem do maior estadista" e vai por aí.

A mesma coisa acontece com as corretíssimas e jamais questionadas Pesquisas de Popularidade. A nossa democrática imprensa jamais se perguntou qual seria o real interêsse de uma Confederação Nacional da Indústria (presidida hoje pelo ilustre desconhecido Robson Braga de Andrade, que já fazia parte da CNI na gestão de Armando Monteiro do PTB)?
Como diria Tio Reinaldo, volto já, mas antes falemos de Armando Monteiro. São dele as pérolas:

"O mundo foi diferente. O governo FHC teve muitos méritos - macroeconomia, estabilidade, responsabilidade fiscal, privatizações bem sucedidas. Embora em outra conjuntura, o saldo foi positivo. Mas, acho que Lula pode ousar mais e construir resultados mais expressivos .Lula foi um estadista, na medida em que soube preservar a racionalidade econômica sem esquecer o compromisso com o combate à desigualdade". Viram só? Lula foi um estadista e nem ele mesmo talvez saiba o que é.

Sobre Dilma:
"A presidente, que não tem o carisma de Lula, vai ter que se destacar por sua capacidade gerencial, o que pode significar melhorias na agenda das reformas e no microambiente econômico".
Mais uma vez Monteiro julga o que quer e tasca um carisma inexistente em Dilma, mas não tomou o cuidado de explicar a ela o que são reformas e o que é microambiente econômico.

Voltando às pesquisas. Todas as vezes a Imprensa engole os dados, jamais divulga as perguntas, os municípios (em número de 141 que em tese são sorteados) e o peso deles em relação ao PIB por exemplo ou qualquer outra coisa; tanto faz. A verdade é que as 2002 entrevistas são dadas como absolutamente certíssimas sem que ninguém delas possa discordar.

Imaginemos que você faça uma pesquisa aí onde trabalha. Digamos que você queira galgar um posto melhor e a direção da empresa quer saber da aceitabilidade de todos em relação a você. Como encarregado de Serviços Gerais você tem sido um senhor de senzala e portanto, de cara, você ajeita o questionário ente os seus subordinados, é claro. Aí formula a pergunta: Se eu não fosse tão ruim, um déspota cretino e um carrasco responda: Eu seria ótimo, bom ou regular? Deu prá entender a lisura das pesquisas ou será preciso "desenhar"?

Alguém já se perguntou que quando um dos municípios sorteados for em quixixiba da serra, dez metros antes da fronteira com Nova York e o número de pesquisas que a esse município cabe for apenas um, o Ibope contrata um terceirizado ou manda com todas as despesas pagas (avião, hotel, almoço e uma schin-cola) um bravo funcionário ibopiano até lá para entrevistar um único morador?

Nós merecemos!

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