domingo, outubro 02, 2011




É claro que vivemos num país que erradicou tudo o que não prestava. Nossa educação é impecável, qualquer aluno do fundamental diz orgulhosamente "nós pesca o pexe"; a Saúde é um primor e todo cidadão, do Oiapoque ao Chuí (ou do Desemboque a Marilena Chauí) conta hoje com uma unidade hospitalar comparável ao Hospital Albert Einstein em seu município; a Segurança é maravilhosa e hoje, nos condomínios fechados do Rio (ex morros dominados pelo tráfico), os policiais cuidam de hortas e fazem origâmis o dia inteiro, pois simplesmente não há o que fazer.

E já que tudo está tão bom e a nova classe média nem tem mais onde colocar as Ferraris, Lamborghinis e Masseratis, a ministra Iriny Lopes (da Secretaria de Políticas para as mulheres ou seria Mulheres para os Políticos?) que acabou com a prostituição infantil no país; que foi a responsável pelo fim da agressão às mulheres (hoje mulher é tão respeitada que até elas sentem saudades dos tempos em que viviam em delegacias) resolveu dar um basta na ditadura das gostosas e sensuais como a Gisele Bundchen (o nome não combina com um derrière meio chinfrim, mas nome é nome).

Muitos poderão entender essa atitude da  ministra como uma ação pessoal, mas como a partir da ascensão da presidentA ao poder, o conceito de beleza foi revogado por decreto e todos e todas são considerados belíssimos e belíssimas, essa ilação não corresponde à verdade. 

O que ela, a ministra, fez foi apenas implementar a moralização do país - hoje uma referência em pudor no mundo todo e quiçá no Universo -. Após acabar com os desfiles de mulatas peladas no Rio e bailes funk com rala coisa nas coisas, restava essa absurda forma de vender lingerie na televisão. 

Com toda certeza essa cruzada Irinyana (não confundir com iraniana) não terminará com esse episódio que já é página virada; toda e qualquer nudez ou semi nudez será castigada, só os Serginhos com tendências homossexuais serão perdoados. 

Se Nelson Rodrigues estivesse vivo esse episódio já estaria sendo encenado. 


PS - A referência ao "Sérginho" é da Peça de Nelson Rodrigues

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