por Deborah Srour.
Nesta semana que passou a controvérsia nos jornais americanos não foi tanto sobre o que fazer com a contínua chacina na Síria mas com aparentes lapsos do candidato republicano à presidência americana Mitt Romney. De acordo com a mídia pró-Obama, em sua visita a Israel, Romney teria cometido uma terrível gaffe que insultou os palestinos.
Tudo começou quando Romney disse numa reunião que “quem vem aqui vê uma renda per capita de $21 mil dólares e compara com a renda per capita nos territórios palestinos de $10 mil percebe a diferença de vitalidade econômica”. E continuou dizendo “que na história econômica do mundo, a cultura faz a diferença”.
Líderes palestinos protestaram, dizendo que Romney era um racista totalmente divorciado da realidade do Oriente Médio. Na verdade, esta reação mostrou que são os palestinos que têm líderes que não só não estão conectados com a realidade do Oriente Médio mas estão totalmente divorciados da história da humanidade.
Será que a referência à cultura faz de Romney um racista? e porque Israel está tão à frente dos palestinos econômica e tecnologicamente?
Racismo é a crença que alguns povos são inerente e biologicamente inferiores a outros. Consequentemente, nada que eles possam fazer poderá evitar ou mudar seu estado de atraso.
Isto não tem nada a ver com cultura que é algo que pode ser mudado. Países como a China, Japão, India e o Brasil se desenvolveram de modo dramático nos últimos 50 anos mantendo sua cultura. Filhos e netos de escravos trazidos da África hoje estão em todas as áreas acadêmicas e de poder nas Américas.
É ser racista admitir que algumas sociedades em algum momento da história estiveram adiante de outras? A verdade é que os palestinos estão muito mais atrás dos israelenses do que Romney pensa. A renda per capita de Israel é em torno de $31 mil e a dos palestinos é só $1.500.
Quando os árabes ocuparam o sul da Espanha, eles desenvolveram a matemática, astronomia, navegação, medicina e outras ciências. Se hoje eles decidissem abandonar o jihad, o martírio e o sonho de dominação do mundo e colocassem como prioridade a educação, a liberdade e o trabalho, eles poderiam ser tão prósperos e avançados quanto Israel, os Estados Unidos ou qualquer outro país.
Num sermão em 2005, o clérico Yousuf Al-Qaradhawi disse enfáticamente que os árabes precisavam trabalhar e serem produtivos e não só gastar o dinheiro do petróleo em futilidades.
Infelizmente, as sociedades árabes estão se mudando para o pior. Para estar do lado certo da história é preciso tomar a direção correta.
O negociador palestino Saeb Erekat que denunciou Romney como racista, disse que os palestinos tinham cultura. Então vejamos. Recentemente, numa performance cultural da Autoridade Palestina, que contou com a presença do seu Ministro da Cultura, o tema das canções e poesias era como ensinar os filhos a empunharem uma arma – não computadores. O Hamas tem colônias de férias aonde milhares de crianças são treinadas para serem homens-bomba e terroristas.
Ao se voltarem para o radicalismo islâmico, impondo a sharia como lei, os árabes estão indo para trás. E infelizmente, os poucos progressistas, que começaram a revolução no mundo árabe, irão perder a batalha final. Isto só vai assegurar o aumento da lacuna.
O problema é que se os árabes negam que há um problema, eles não vão resolve-lo. Quando Romney falou de “cultura” ele não estava se referindo à música ou literatura. Ele estava falando de liberdade de expressão, livre iniciativa e leis justas, ingredientes necessários para qualquer sociedade ter sucesso em nossos dias.
Um jeito de explicar esta falta de progresso econômico é o que os palestinos querem vender: que eles estariam muito à frente se não fosse a ocupação de Israel. Em outras palavras, eles são “vítimas”. Eles dizem que na Judéia e Samária os palestinos têm um autogoverno limitado. Israel controla as travessias para dentro e fora do território. E apesar de ter saído de Gaza, Israel continua a controlar as fronteiras da Faixa e portanto não permite o seu desenvolvimento.
Esse argumento é no mínimo uma asneira. A verdade é que em termos econômicos, durante a “ocupação”, tanto Gaza quanto a Judéia e Samária tiveram o melhor desempenho econômico de todos os países árabes ao redor exceto durante os anos de violência iniciada pelos palestinos. Aliás, nunca houveram controles de fronteira até o começo dos ataques e homens bomba.
Como pode ser o Hamas uma vítima se é o causador de todos os problemas com o lançamento contínuo de mísseis, morteiros e ataques a Israel?
A escolha da violência no lugar da negociação foi o que causou dano à economia palestina. Longe de serem vítimas, os palestinos foram mimados pela comunidade internacional recebendo bilhões de dólares em ajuda que desperdiçaram em corrupção e roubo. Eles recusam dar moradia decentes aos seus próprios cidadãos e os mantêm em campos de refugiados para continuarem a receber a esmola das Nações Unidas.
OK. E aí temos a Tunisia, o Egito, a Jordânia, o Líbano e a Síria. Nenhum deles foi jamais ocupado por Israel. Por que continuam na miséria? Chorar eternamente, se dizer vítima e esperar pela caridade do mundo não vai ajudar nenhum deles a alcançarem o sucesso. Países do Terceiro Mundo que aprenderam estas lições hoje têm economias fortes e voz nas decisões globais.
A conclusão é que o problema aqui não é Israel, ou o capitalismo ou um grupo racial querendo oprimir outro. É falta de governo e de democracia. É também um excesso de demagogia de líderes e zelo religioso de cléricos arrastando seus cidadãos para longe do progresso e prosperidade.
E esta situação é alimentada pela mídia ocidental. Nenhum destes iluminados jornalistas, a começar pelos da Associated Press, na sua ânsia de criticar Romney, notou o crescimento da economia palestina durante a “ocupação” comparado com os países árabes vizinhos não produtores de petróleo, ou a violência palestina como causa dos bloqueios nas estradas, ou a incontrolável corrupção da Autoridade Palestina, os bilhões de dólares doados pela comunidade internacional ou os milhões em impostos sobre o trabalho dos palestinos que trabalham em Israel que vão para o bolso da Autoridade. Nada! Nenhuma menção.
Esta é a vergonhosa “cobertura” dos fatos pelos “respeitáveis” membros da imprensa. Os mesmos que há dois meses atrás diziam que a economia palestina estava ótima e pronta para um Estado! Vai saber…
Para o Pletz.
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