ISRAEL NA BERLINDA
Na última quinta feira (17/06), o nobre vereador José Américo, líder do PT, desferiu críticas desmesuradas ao Estado de Israel (Veja discurso do lider do PT atacando Israel). Tivemos que ouvir estupefatos nosso colega vociferar contra um país democrático e legítimo. E quando se questiona a legitimidade de um país, minha integridade política não me permite relevar tanta maledicência. O sentimento expresso nesta casa beirou uma agressão ao direito de existência do Estado de Israel. Foi uma verborragia contra um país independente, democrático e, acima de tudo, soberano. Um país que ostenta uma democracia exemplar na qual os ministros obedecem aos controles e às prestações de contas e na qual os juízes só temem a Deus.
Curiosamente, é um Estado ratificado pela Organização das Nações Unidas, e a sessão que culminou com sua criação foi presidida pelo ilustre diplomata brasileiro, Osvaldo Euclides de Sousa Aranha. Desde então, Israel é a única democracia no Oriente Médio, um país menor do que muitos pequenos estados brasileiros. Israel tem no seu parlamento, o Knesset, legitimamente eleitos e empossados, mais de uma dezena de deputados árabes. A população israelense é de 7 milhões e 500 mil habitantes, sendo que cerca de 5 milhões e 600 mil são judeus, e mais de 1 milhão e meio habitantes são árabes, e os demais 4% da população é composta de cristãos, drusos e beduínos.
Mesmo com esta diversidade, Israel é um país onde há poucos crimes de sangue, mas muitos concertos de música. Onde os fiéis de todas as religiões gozam de liberdade de culto e onde os laicos são bem-vindos. Um país onde qualquer residente é homem livre, até para publicar ataques virulentos contra tudo que é importante à maioria dos que lá vivem. Um país que é uma terra e um povo. A história do povo judeu e suas raízes na Terra de Israel datam de mais de 35 séculos. Nessa terra, sua identidade cultural, nacional e religiosa foi formada; lá, sua presença física foi mantida sem ruptura através dos séculos, mesmo após a maioria ter sido forçada ao exílio.
Com o estabelecimento do Estado de Israel em 1948, a independência judaica foi apenas renovada. Nestes últimos 62 anos, Israel conseguiu se tornar um país de ponta em várias áreas, exporta tecnologia de vanguarda, é um dos pólos mais importantes em Tecnologia da Informação e aparelhos médicos. Os sucessos da agricultura israelense são resultado de uma longa luta contra condições adversas e de maximizar o uso de escassa quantidade de água e de terra arável. Hoje, a agricultura representa algo em torno de 2,4% do PIB e 2% das exportações. Israel produz 93% de sua necessidade de alimentos.
Israel possui dois idiomas oficiais, sendo um deles o árabe. No quesito educação, Israel possui a melhor relação de diplomas universitários por habitantes no mundo. Israel é um país preocupado com o meio ambiente e 85% de seus resíduos sólidos são tratados de forma ecológica. Israel mantém a maior proporção de indústrias de tecnologia de ponta no mundo. Quando o tsunami da Indonésia, os terremotos no Haiti e no Chile ocorreram, Israel providenciou equipes de resgate de primeira qualidade para ajudar na localização e tratamento das vítimas. Israel possui o maior número de cientistas e engenheiros per capita no mundo.
Este é o país que defendo. Um país com desenvolvimento tão exemplar e com preocupações humanas tão presentes não pode ser vilipendiado com palavras fúteis. Não pode ser refém de políticos que florescem com crises e que empunham a bandeira da violência. Se os países que hoje querem negar a existência de Israel, buscando eliminá-lo do mapa, quisessem realmente um acordo de paz, isto teria acontecido: a recusa palestina em aceitar dois Estados lançou o Oriente Médio numa guerra permanente, que dura desde a criação de Israel. Yasser Arafat desperdiçou uma oportunidade de ouro quando, Ehud Barak, se encontrou com ele em Camp David no ano 2000 e o premiê israelense lançou um plano para terminar o conflito: dois Estados para dois povos; Jerusalém partilhada; e o retorno dos refugiados para o novo Estado palestino. A Autoridade Palestina rejeitou!
Em 2005, Israel tomou a iniciativa de entregar Gaza e desde então sofre com ataques diários de foguetes contra suas cidades. Israel saiu de territórios e nada foi feito em troca. Houve iniciativas passadas em que o governo se propôs a ceder. Mas os que se alimentam politicamente da revolta e do caos não souberam abrir mão politicamente do conflito. Israel, infelizmente, apesar de todos os seus sucessos, é um país que sofre um ataque acintoso da mídia tendenciosa, que não analisa corretamente os fatos, contextos e a história. Quem compra a informação distorcida, arvora-se em defensor do fraco e do oprimido sem sequer avaliar todo o contexto.
A paixão cega e desenfreada é o que tem nos colocado neste impasse e todos os que se contagiam só prestam um desserviço à paz. É o que faz com que as pessoas se percam e demonstrem a capacidade de ódio que nutrem. Temos o exemplo de Helen Thomas, a decana americana do jornalismo que, inflamada pela mídia tendenciosa, disse que os judeus deveriam voltar para a Polônia e para a Alemanha. Bem, neste ponto 6 milhões de judeus nem precisam pagar passagem de volta, estão lá mortos e enterrados. Não há desculpas que possam justificar afirmações semelhantes e a desinformação disseminada é a responsável por este tipo de sentimento.
Podemos, sim, questionar melhores caminhos para a paz, podemos, sim, nos empenhar em mediar o conflito na busca de uma solução definitiva para a região, dois estados independentes, um palestino e outro israelense, é para isso que eu me apresento, para isso que eu luto. Entretanto, uma coisa é clara, Israel tem o direito legitimo de existir e proteger os seus cidadãos, como qualquer país soberano
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