domingo, julho 22, 2012

Na cama com o Hamas e o PC do B.


por Alexandre (nani) Ostrowiecki (para o Pletz)


Porque existe um caso de amor entre esquerdistas e terroristas?

Esquerdistas amam terroristas islâmicos. É sentimental. É carnal. Eles se adoram. Estudantes de faculdades de ciências humanas habitualmente usam Keffiehs em sinal de solidariedade aos palestinos. Quando dos atentados de 11 de setembro, esquerdistas no mundo inteiro enxergavam justiça poética na derrubada das torres americanas nas mãos dos “povos oprimidos”. Recentemente, professores universitários de Paris declararam ao Hisbolah que “sua luta é a nossa luta”. Engraçado observar esse fenômeno porque, a primeira vista, não poderia haver dois grupos mais distintos.

Esquerdistas acreditam em direitos iguais para mulheres. Terroristas islâmicos acreditam em deixar mulheres trancadas em casa debaixo de burcas. Esquerdistas acreditam em gays saindo do armário e fazendo passeatas. Terroristas islâmicos acreditam em cortar o pescoço dos gays. Esquerdistas são pró-aborto. Terroristas islâmicos são anti-aborto. Esquerdistas tendem a seguir a tradição marxista do ateísmo. Terroristas islâmicos são… bem… islâmicos.

No entanto, por trás dessas diferenças cosméticas, existe uma profunda convergência em termos de visão de mundo. Ambos são autoritários. Ambos tendem ao totalitarismo no sentido de que pretendem controlar todos os aspectos da existência humana. São violentamente anti-capitalistas e ambos consideram que os indivíduos só existem para servir ao coletivo. Acima de tudo, o fator que os une é o inimigo comum. Ambos detestam a cultura da liberdade, ambos odeiam a democracia republicana. Mais especificamente, ambos consideram os Estados Unidos como sendo o símbolo de tudo o que impede as idéias deles de prosperarem. E se um País como Israel, por exemplo, é amigo dos americanos, então certamente é inimigo da esquerda.

Sob esse prisma é possível entender essa estranha aliança e algumas posições bizarras das esquerdas. Elas alegadamente defendem uma bandeira humanista e progressista. No entanto, quando se defrontam com as maiores aberrações da política externa internacional, se calam. Onde estão as esquerdas na hora de denunciar os abusos de direitos humanos do Irã? Cadê as passeatas de estudantes contra o genocídio de cristãos sudaneses, mortos às centenas de milhares pelo governo islâmico? Quem protestou quando o governo islâmico dos talibans demoliu estátuas e monumentos budistas milenares. Procure-se a voz de protesto, mas só se escutará silêncio. Agora ai de Israel se resolver revistar um navio a caminho do Hamas. A Europa pára. As universidades param. Bandeiras são queimadas, palavras de ordem são gritadas. É uma hipocrisia tão grotesca na forma como tais humanismos são praticados, esse humanismo seletivo e unidirecional, que só nos resta indagar sobre os motivos de tal obsessão.

Denunciar a hipocrisia não equivale a assinar embaixo de tudo o que o governo de Israel faz. Está aqui um autor que condena categoricamente a expansão de assentamentos judaicos nos territórios palestinos. O governo atual de Israel, um apanhado de partidos de direita, extrema direita e religiosos, tem feito muito menos do que o possível pela paz, para usar um eufemismo. No entanto, quando se acompanha as críticas feitas a Israel, é preciso separar aquelas críticas inteligentes, construtivas e factuais da gritaria automática que a turba da esquerda faz.

Ironicamente, as esquerdas que atualmente bajulam o terrorismo seriam esmagadas completamente numa eventual vitória da barbárie sobre a civilização. Não existe espaço para a “revolução socialista” na agenda fundamentalista. Adeptos de uma visão estrita e combativa do Islã, tais grupos levam ao pé da letra os conceitos de guerra santa do Alcorão. Segundo tais grupos, o mundo está numa eterna divisão entre o Dar-al-Islam (casa do Islã, ou seja, territórios governados pelo Alcorão) e o Dar-al-Harb (casa da guerra, ou seja, o resto do Mundo). É dever de todo bom jihadista empreender a guerra santa para que todo o Dar-al-Harb seja convertido para o verdadeiro caminho.

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