por David Tabacof
Dada a desinformação reinante em torno de um possível ataque israelense ao Irã, o que tem provocado preocupação, informo que, em minha opinião, após a visita de Netaniahu a Washington na semana passada, cresceram as chances de um ataque preventivo israelense.
O preço a pagar será o lançamento de mísseis iranianos e do Hesbolá em direção do centro de Israel, principalmente da área que circunda Tel Aviv. O reator de Dimona também será alvo preferido. Natanhianu faz a seguinte conta: se deixarmos o Irã se armar nucleramente, talvez não use este poderio para atacar imediatemente. O problema imediato será o estímulo e proteção que daria ao Hesbolá, no Líbano e o Hamas em Gaza. Israel passaria a viver à sombra de um Irá portador de bombas nucleares portando mísseis balísticos. Algo que muitos aqui consideram intolerável.
A recusa aliada em bombardear alguns campos de morte nazista durante a 2ª. Guerra, tem servido de exemplo para a falta de confiança que outros possam nos dar proteção. Vivo em Israel há algumas décadas a acho que aprendi uma ou duas coisas. Por isto, mesmo correndo o risco de cometer um erro de apreciação, afirmo que se os serviços de inteligência de Israel informarem que Teerã está prestes a testar um petardo nuclear, Israel atacará.
Este ataque certamente agravará enomemente a crise econômica mudial e o preço do petróleo poderá ultrapassar 300 U$ o barril. É claro que a ameaça israelense de atacar forçará o mundo desenvolvido a reagir a fim de não sofrer suas consequências. Há também um componente de blefe por parte de Israel afim de empurrar o mundo a forçar o Irã a parar. Mas, este não é um blefe normal do jogo de pôker já que Israel tem meios de executar o ataque, mas prefere não iniciar um incêndio de grandes proporções na região.
Um outro elemento que pode influir na decisão iraniana é a “desmentida” capacidade nuclear de Israel que segundo fontes estrangeiras bem informadas possui um estoque de mais de 100 bombas. Se bem que Israel diga e repita que não será o primeiro país a usar a bomba no Oriente Médio, as circunstâncias podem mudar, e estão mudando.
Todos aqui temem uma guerra com o Irá por que sabem que o país não está preparado para sofrer um grande número de baixas civis. Muitos hospitais já vivem superlotados em situações normais. A economia poderá sofrer um grande recuo. E a população civil será a grande vítima numa guerra de apertar botôes vermelhos. Soldados no front estarão mais seguros que a população das cidades.
Em suma, neste momento, Israel parece disposto a dar um prazo relativamente curto às sanções e negociações. Se Teerã não desistir, uma guerra será inevitável. Bibi foi a Washington a fim de colocar Obama a par do que pensa. Na oportunidade, Israel pediu algumas armas especiais e apoio. Parece que foi bem sucedido, se bem que o governo americano tem menos pressa que Israel. O governo israelense, porém, já fechou a questão. Ou o Irã pára seu programa ou será atacado.
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