por Deborah Srour –
A plataforma do Partido Democrata americano mereceu muita atenção da mídia esta semana, não pelo que continha, mas pelo que não continha: o apoio à manutenção de Jerusalém como capital indivisível de Israel.
Numa votação de quem grita mais alto – que não deixou claro para ninguém se a maioria estava contra ou a favor – a linguagem sobre Jerusalém voltou à plataforma. Uma verdadeira piada. Além de ter possivelmente alienado muitos votos de judeus, a própria idéia de remover esta linguagem – que está na Plataforma Democrata há anos – nos dá uma idéia clara do que podemos esperar dos próximos quatro anos se Obama for reeleito.
Se até agora vimos um antagonismo sem igual deste presidente para com Israel, nos próximos 4 anos, quando não mais terá que se reeleger e prestar contas a seus eleitores, ele irá amargar as relações dos Estados Unidos com seu maior aliado, Israel.
Hoje, no entanto, gostaria de voltar minha atenção para outro evento. Há algumas semanas falei sobre um grupo da Suécia que decidiu organizar uma nova flotilha para Gaza sob o pretexto de entregar ajuda humanitária aos palestinos da Faixa. Na ocasião disse que havia algo errado com a moralidade destes auto-proclamados “ativistas”. Eles se dirigem para Gaza, para entregar ajuda a palestinos ocupados em lançar milhares de mísseis em Israel desde 2005 e não para a Síria aonde mais civis morreram do que no Japão em 2011 pelo tsunami e terremoto, no Furacão Katrina aqui na América e nos ataques de 11 de setembro combinados!
O conflito na Síria até agora causou quatro vezes mais mortes nos últimos 20 meses do que no conflito entre Israel e os palestinos nos últimos 20 anos. Os residentes de Gaza continuam a se beneficiar da maior assistência internacional dada no planeta mas ao que parece ela não chega aos seus habitantes.
Vejam só: são 2.5 milhões de habitantes na Judeia e Samária e 1.6 milhões em Gaza. Entre 2008 e 2010, eles receberam 7.7 bilhões de dólares em ajuda. São quase 2 milhões de dólares por pessoa. Aonde está este dinheiro todo? Será que está sendo investido em infraestrutura, educação e economias palestinas ou na construção de mísseis? O que mostra a evidência?
Quase dois milhões de sírios, ou 10% da população da Síria são hoje refugiados na Jordânia, Iraque e Turquia sem qualquer ajuda internacional. Pergunto: Aonde está a Flotilha para a Síria?
Estes chamados “ativistas pelos direitos humanos” têm suas prioridades. Eles preferem protestar contra legítimo direito de Israel de se auto-defender contra terroristas que lançam mísseis em sua população civil do que enfrentar balas em Damasco.
Não é de hoje que Israel é o destino VIP para estes auto-entitulados “ativistas pelos direitos humanos”. Eles se instalam em hotéis 5 estrelas, encontram políticos e ativistas de todas as cores e modelos nos cafés na beira da praia ou em Jerusalém sem correrem qualquer perigo de serem presos, torturados ou executados como ocorre no resto da região.
Além disso, se derem sorte, podem até conseguir uma nota no jornal e justificar os fundos que angariam pelo mundo aos seus doadores. É muito mais confortável se recostar nas instituições democráticas de Israel, sua mídia independente e livre do que confrontar os abusos dos estados vizinhos.
“O fardo da democracia é sempre muito pesado mas Israel tem orgulho de carrega-lo” como disse o embaixador de Israel na ONU, Ron Prosdor.
Israel tem mais reporteres estrangeiros e ativistas de direitos humanos per capta que qualquer outro país do mundo e entende o valor de suas instituições democráticas mesmo quando são abusadas por aqueles que querem destruí-la.
Estes ativistas e seus patrocinadores aprenderam a esconder seu radicalismo atrás de palavras como “democracia” ou “direitos humanos”. Um dos líderes dessa nova flotilha para Gaza, Johan Galtung da Noruega, foi recentemente suspenso da Academia de Paz Mundial da Suiça por uma série de discursos anti-semitas. Ele recomendou que todos os estudantes universitários lessem “Os Protocolos dos Sábios do Sião”, a propaganda anti-judaica do século 19 usado nas escolas nazistas.
Longe de criticarem os tiranos do Oriente Médio, o pessoal desta nova flotilha lhes dá as mãos. Em maio deste ano, o grupo inglês Viva Palestina foi recebido com honras por Bashar Assad na Síria, no seu caminho para Gaza. Enquanto os capangas de Assad se preparavam para o massacre das crianças em Houla, os membros do Viva Palestina estavam twitando orgulhosamente seus encontros e publicando fotos no Facebook com os representantes do regime sírio.
Hoje terroristas da Faixa de Gaza lançaram mais mísseis contra Israel. Um atingiu a cidade de Beershevah e outro atingiu Netivot destruindo duas casas e ferindo 7 pessoas. Em vez de dançar com ditadores e tiranos, e assim-chamados “oprimidos” de Gaza, os organizadores desta flotilha deveriam se dirigir aonde a ajuda é realmente necessária: para a Síria!
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