por Herman Glanz –
O ancestral ódio aos judeus persiste. Não tem explicação, mas existe. A tônica atual foi desviada para o antissionismo e o anti-israelismo. Os antissemitas disfarçam para assumir claramente essa posição, criando outros ‘ismos’.
O Movimento Sionista surgiu visando tornar normal a vida judaica, restabelecendo a antiga pátria dos judeus, que retornariam à sua antiga pátria, deixando de constituir habitantes estranhos nos diversos países onde se encontravam, e onde eram objeto de repulsa além dos maus tratos e matanças. O sionismo buscava dar aos judeus um país como os demais, uma soberania no seu lugar histórico de onde foram alijados por forças imperialistas, as mais diversas, e com o correr dos tempos.
Não era um movimento destinado a melhorar o mundo, mas um movimento de autodeterminação de um povo com a reconstrução da sua antiga pátria, cuja denominação chegara até a ser alterada para ser conhecida como Palestina. O sionismo era um movimento de autodeterminação como tantos outros que foram emergindo em todo o mundo. Pensavam os formuladores do Movimento que, com um país próprio dos judeus, eliminar-se-iam as bases do antissemitismo.
Ledo engano. O antissemitismo não acabou. Nem de longe se poderia pensar na ocorrência do Holocausto e, finalmente, reconstruída a soberania judaica em parte de seu antigo território, o novo Estado, Israel, passou a ser o judeu das nações e o sionismo sendo contestado. E a contestação vem, não só de conhecidos nazistas, (que são chamados, hoje, de neonazistas, mas são nazistas simplesmente), como de uma parte da esquerda que se dizia defensora dos oprimidos e do direito, e contra os fascistas.
Um candidato a vereador dessa esquerda, nas eleições atuai,s escreveu, no site de seu partido político que “Toda a história e tradição da esquerda marxista e socialista tem sido de rejeição ao sionismo o que é bem diferente de ser antissemita”. Não, não é bem diferente: enquanto se apoia a autodeterminação palestina, por exemplo, se rejeita a autodeterminação do sionismo, e isto só pode ser explicado pelo antissemitismo. Não há justificativa para o uso de dois pesos e duas medidas, não fosse pelo antissemitismo.
Todavia, há também um problema interno. O Profeta Isaías já alertava contra o perigo interno. Muitos dos nossos se colocam como suicidas, pois pensam em salvar o mundo, esquecendo-se que a defesa dos direitos alheios pode se voltar contra eles mesmos, e mais ainda, contra os demais dos seus.
Em Israel e afora, há muitos defendendo os direitos dos palestinos, isto é, dos atuais árabes palestinos, porque, antes, os palestinos eram os judeus, onde despontava o mote: “Judeu, vá para a Palestina”. Mas hoje o mote é “judeus saiam da Palestina”, e isso demonstra que os atuais palestinos não reconhecem o direito de Israel, ou melhor, da “entidade sionista” existir. Então, como defender os direitos dos palestinos, cujos direitos que entendem são a aniquilação dos israelenses? Será que pensam que com eles, os defensores, nada ocorrerá? E o que ocorrerá com os demais que querem viver sua vida num Estado reconstruído?
O historiador Benny Morris, que defendeu os palestinos, declara que o principal obstáculo à paz é o movimento palestino que quer ocupar todo o território para si, onde não há lugar para Israel. Mas não é só uma esquerda suicida, pois existem ultra-ortodoxos que consideram o Estado um pecado, numa interpretação particular das escrituras, apoiando Ahmadinejad, como apoiaram Arafat e apoiam Abbas, numa verdadeira colocação de que querem o aniquilamento de Israel. E há aqueles que querem inundar Israel com imigrantes africanos.
Lemos que existe quem se coloca contra o muro porque houve uma redução significativa dos ataques por homens-bomba infiltrados. Ora, a redução dos ataques ocorreu, justamente, pela presença do muro; retirá-lo, seria fazer voltarem os ataques. Vejam as conclusões mentirosas sob o disfarce de uma realidade inconteste, justamente para permitir a retomada do terror por homens-bomba. O muro não defende contra foguetes, pois ontem, dois Grad atingiram a localidade de Netivot, no sul.
O antissionismo se tornou um novo termo para o velho antissemitismo, que Martin Luther King Jr. já havia esclarecido. Todavia, com todos os percalços, o Estado de Israel segue em frente, e se prepara para mais um ano novo do calendário hebreu, e está preparado para enfrentar os desafios dos inimigos declarados, como o Irã. E está preparado porque não tem com quem contar, não pode depender de ninguém.
A luta fraticida na Síria nada tem a ver com Israel, onde militares turcos já ajudam os rebeldes para derrubar Assad. Mas Assad pode criar condições para, por meio do Hizbollah, atacar Israel e desviar a atenção; quase ocorreu esta semana, com o perigo de armas químicas. O velho ódio impõe convivência e uma defesa competente.
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