A ingenuidade da América.
por Deborah Srour –
Mais de 100 anos atrás Mark Twain disse que “uma mentira dará a volta ao mundo antes que a verdade consiga vestir as botas”.
Nesta semana, já no século 21, vimos exatamente isto acontecer, deixando no seu rastro embaixadas atacadas, um embaixador morto e uma campanha eleitoral à presidência americana estremecida. E tudo isso porque? Por causa de um trailer de uns 13 minutos – uma mistura de teatro infantil e um video pornô de 10ª categoria degradando Maomé, o profeta dos muçulmanos. Este trailer causou protestos em frente às embaixadas americanas do Egito e depois da Líbia e foi usado como pretexto pela Al-Qaeda para lançar um ataque que matou 4 americanos incluindo o embaixador na Líbia. Para piorar o insulto, o ataque se deu no 11 de setembro.
Mas enquanto esperavamos por uma dura resposta da Casa Branca, especialmente neste dia tão significativo, o perito em direito constitucional e presidente americano decidiu dar mais uma vitória a estes islamo-fascistas: ele pediu perdão ao mundo muçulmano pela falta de sensibilidade de alguns indivíduos que não respeitam a religião alheia, torpedeando a liberdade de expressão garantida pela Primeira Emenda da Constituição. E a coisa não parou aí. A administração americana pediu para o Google, dona do Youtube para verificar se este trailer estava dentro das regras de publicação e intimou o produtor do filme para apresentar declarações numa delegacia em Los Angeles.
Logo após o ataque na terça-feira, os veículos de mídia americana e estrangeira, inclusive o The New York Times, afirmaram que o tal filme havia sido produzido por um judeu israelense chamado “Sam Bacile” com 5 milhões de dólares doados por 100 judeus. No dia seguinte, quando ninguém conseguia encontrar este indivíduo que teve até uma página na Wikipedia, descobriram que produtor é um cristão egípcio que mora na California chamado Nakoula Basseley Nakoula e o filme teria sido custeado por sua familia no Egito e não teria custado mais que $60 mil dólares.
O jornalista Jeffrey Goldberg to “the Atlantic” resumiu muito bem: "um grupo cristão, insultando muçulmanos e culpando os judeus”. E foi muito efetivo. Ontem milhares de muçulmanos furiosos protestaram em duas duzias de países da França à Australia, da India à Indonésia, passando pela Líbia e Egito.
Uma pequena análise dos eventos que continuam ocorrendo mostra claramente que estes não são atos de fúria espontâneas sobre um video amador na internet. Eles foram premeditados e planejados pela Al-Qaeda para causar o máximo de dano no aniversário dos ataques às Torres Gêmeas em Nova Iorque. No Egito, o protesto foi liderado por Mohamed Al-Zawahiri – o irmão do atual chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri que ontem conclamou os muçulmanos a aumentarem os ataques e protestos para expulsarem todos os americanos e suas embaixadas de terras muçulmanas.
Ao que parece, o filme foi lançado há um ano atrás. Ninguém o notou até o mês passado quando foi transmitido por um canal de televisão islâmico no Egito. Este foi o pretexto. Se o filme não tivesse existido eles teriam encontrado outro pretexto. Logo após os ataques, a secretária de Estado Hillary Clinton disse que “hoje muitos americanos estão se perguntando como isso pode acontecer? Como isso pode acontecer num país que ajudamos a libertar, numa cidade que salvamos de ser destruída? Esta questão reflete o quanto complicado e confuso o mundo pode ser”.
Mas em seguida, ela se retratou dizendo que não havia nada com que se preocupar! “Precisamos clarear nossa visão mesmo nos momentos de luto. Este foi um ataque perpetrado por um pequeno grupo e não o povo ou o governo da Líbia” ela disse. Ela só esqueceu de dizer que depois que os rebeldes depuseram o governo de Gaddafi com a ajuda americana, eles começaram a impor a lei islâmica na Líbia.
O ataque em Benghazi não só foi premeditado mas muito bem coordenado. Os terroristas estavam armados com lança-foguetes e metralhadoras. Eles conheciam o local para onde os empregados do consulado americano se esconderam. Eles emboscaram uma força do exército americano que tentou resgatar os 37 americanos que lá estavam.
Quando a CNN entrevistou os manifestantes no Cairo, houve um que disse que não é possível que Obama não sabia da publicação do video e que ele poderia te-lo impedido. Ele disse que Obama era claramente culpado. Obviamente fica difícil se comunicar com alguém que não tem qualquer conceito de liberdade de expressão – a não ser para pedir para alguém ser decapitado – e acredita que os Estados Unidos e suas agências de inteligência não só sabiam do filme mas aprovaram seu conteúdo.
É irrelevante que este video seja uma idiotice. Uma grande porcentagem do que tem na internet também o é. O grande desafio dos nossos tempos não é a Esquerda versus a Direita ou mesmo o Ocidente versus o Oriente, mas Liberdade versus o Fundamentalismo islâmico.
O que Hillary Clinton não entende é que o conceito de tolerância dos muçulmanos não é o mesmo que nós conhecemos no ocidente. Para nós, sermos tolerantes é olhar para o outro no mesmo nível que nós. Ser tolerante é respeitar o direito do outro de acreditar naquilo que bem entender sem medo de ser perseguido ou humilhado.
Quando os muçulmanos dizem que são tolerantes dos cristãos e judeus mas enquanto uma classe inferior que deverá pagar a jaziah, ou imposto e sofrer todo outro tipo de humilhação para viver entre os muçulmanos. Eles têm o direito de insultar cristãos e judeus como descendentes de macacos e porcos pois são superiores. E ninguém sai por aí queimando as embaixadas deles.
Na terça-feira, Hilary Clinton disse que é “muito difícil para algumas pessoas compreender porque os Estados Unidos não pode e não previne este tipo de videos repreensíveis de serem produzidos. Mesmo se isso fosse possível, nosso país tem uma longa tradição de liberdade de expressão que está garantida em nossa Constituição e nossa lei”.
Se não nos levantarmos pela defesa da liberdade de expressão agora, isto nunca irá acabar. Para estes muçulmanos fanáticos sempre haverá um outro video, um outro livro, um outro discurso que eles acham “ofensivos”. Foi um erro crasso de Obama não só não condenar a violência contra seus cidadãos mas condenar quem fez o vídeo (apesar de repugnante). A América e o Ocidente são o que são porque nas democracias todos têm o direito de se expressar como bem entenderem.
Hoje, em pleno Rosh Hashanah, devemos agradecer por todo o avanço tecnológico, pessoal e espiritual, que a democracia nos permitiu alcançar. A pequena Israel, sendo uma ilha neste mar de ignorância, mais que todos tem motivos para comemorar seu extraordinário e milagroso sucesso. Mas acima de tudo, devemos agradecer a Deus por sermos a geração abençoada de testemunhar o reaparecimento do Estado Judeu.
Am Yisrael Chai e Shanah Tovah a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário