sexta-feira, março 16, 2007

CANALHAS, CANALHAS NADA MAIS QUE CANALHAS

Canes mitissimi furem quoque adulantur. Os cães muito mansos fazem festa até para o ladrão.
- Arthur Virgílio disse que Collor teria terminado seu mandato se tivesse mantido uma relação "mais aberta"(1) com o Congresso.
- Aloizio Mercadante (PT-SP), vai tratar o senador Collor "sem revanchismo e com o reconhecimento da vontade legítima e democrática do povo de Alagoas".
- E queria dizer o seguinte: errar é humano. Acho que o Congresso errou - afirmou Mão Santa.
- Wellington Salgado (PMDB-MG) disse que o ex-presidente cometeu um erro político ao não ouvir ou ter buscado o conselho dos mais velhos.
- Jayme Campos (PFL-MT) afirmou que a fala do ex-presidente colocou um ponto final ao episódio do impeachment, entendendo também o caso como "uma grande conspiração contra a pessoa de Collor".
- Para Romero Jucá (PMDB-RR), com seu discurso Collor conseguiu demonstrar ao País a sua inocência. Jucá ressaltou ainda a importante contribuição que Collor poderá dar às discussões de importantes projetos de lei para o Brasil no Congresso Nacional.
- Ao citar fatos históricos como a abdicação imposta a dom Pedro I; o suicídio de Getúlio Vargas; e a ação que depôs e exilou João Goulart, Collor situou seu impeachment numa linha de atos de força que classificou de "rotina periódica" da história política do país.
- É forçoso, forçoso mesmo reconhecer que vossa excelência é hoje maior do que foi um dia – disse Renan Calheiros, depois de ouvir o discurso de Fernando Collor.(Fonte ABN).

Fernando Collor atacou Sidney Sanches, à época presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim (relator da Comissão Especial), Amir Lando (relator da CPI) e Ibsen Pinheiro (Presidente da Câmara). Não perdoa Itamar Franco (vice presidente) e sequer pronuncia o seu nome. Em nenhum momento Collor se referiu aos seus algozes petistas, que reviraram até latas de lixo (Mercadante) à procura de provas que o incriminassem. É o sinal dos tempos: a canalha reconhece na multidão seus pares e contra ela não levanta a voz. Comparar-se a D.Pedro I, faz algum sentido se Collor se refere aos episódios "pouco ortodoxos" do imperador, quando acompanhado por Chalaça. Comparar-se a Vargas também está corretíssimo. Vargas como Collor tinha um discurso populista, seus auxiliares também faziam da república um reduto particular, isentando o chefe de qualquer envolvimento. Collor deveria, nesse discurso, comparar-se a Lulla que, seguramente, o repetiu - e com sobras - nas "maracutaias". No entanto Lulla tratou de fazer conchavos no congresso, teve uma oposição subserviente a seus pés e teve a sorte de nomear mais da metade do STF - garantia de "isenção" num eventual processo -; Lulla superou seu antecessor mais direto quando se trata de corrupção.

Aloizio mercadante, como sempre e a exemplo de Lulla, comete um erro histórico: quem poderia e deveria tratar aos petistas com revanchismo seria Collor, que não o fará por que a eles se iguala.


Assim é o nosso triste arremedo de país; os canalhas de ontem são os injustiçados de hoje e, provavelmente, os heróis de amanhã.


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