CONSCIÊNCIA POLÍTICA ENGESSADA
Prof. Benê Cantelli
Já vi muita coisa nesse mundo de meu Deus. Muita coisa deixei de ver, creio. Contudo, nada que se compare, nada que vislumbre qualquer semelhança com o que vejo no palco da atual política brasileira.
Atônito. Embasbacado. Embevecido. Pasmado. Estupefato. Atordoado. Não fosse eu, um sujeito um tanto quanto imodesto e conhecedor de meus dotes acadêmicos tanto quanto, os adquiridos ao longo de centenas de milhares de páginas lidas em livros de profundo saber, longe dos patéticos gibis, com certeza não estaria passando por esse sufoco intelectual e existencial.
Sinceramente, amigos, não consegui encontrar o caminho do entendimento do que se passa no processo eleitoral de meu país.
Será difícil conhecer outra época em nosso Brasil onde tantos e tamanhos escândalos se repitam tais como os que vimos acontecer nestes últimos quatro anos. De dentro do Palácio. Nos ministérios mais próximos do Presidente. Com familiares (filho) do Presidente. Amigos do Presidente. Dentro do seu Partido. Com presidentes do seu Partido. Dólares de Cuba. Dólares em cuecas. Dólares para compra de dossiê. Escândalos com marqueteiros de campanhas. Desvio de dinheiro para o exterior. Morte de pessoas ligadas ao compromisso de descobrir as falcatruas, maracutaias (termo este, que aprendi da versátil língua do Presidente) que envolvem a vida e a morte do prefeito de Santo André –sp. São tantos escândalos e tantos motes de corrupção, tantos que não cabem no baú de quem tem e usufrui de boa e alardeada memória.
Estou perplexo. Confuso. E cada vez que busco entendimento com quem aparentemente deveria me explicar, analistas e cientistas políticos, me consolo. Eles também não estão entendendo nada.
Que fenômeno eleitoral é este?
Permitam-me, já que não é de minha laia o entendimento político, principalmente este, tão esdrúxulo quanto complexo, permitam-me, repito, que eu vá buscar naqueles que tem formação acadêmica para isso. Vejamos, então, o que pensam alguns deles:
“Popularidade não pode ser uma armadura capaz de deter a punição para o crime flagrante, para a corrupção passiva e ativa descoberta. Alegar que Lula não cometeu crime é acobertar um fato histórico escandaloso demais para ser acobertado. É uma traição imensa para com uma nação inteira e gerações e gerações desta mesma nação...” Glauco Fonseca.
“Este é o Brasil de Lula, em cujo governo faltam probidade administrativa, compostura política e civilidade democrática. Resta saber se é este o Brasil que queremos. Se não queremos, está mais que na hora de dizer “basta”, em alto e bom som, na imprensa, nas ruas e nas urnas, onde for, por todos os meios legítimos que a democracia nos oferece...” Sergio Fausto.
O mais recente escândalo envolvendo Lula & Cia. tornou, segundo Otavio Frias Filho, diretor de redação da Folha, “evidentes duas coisas". A primeira já era sabida desde pelo menos o escândalo do mensalão, há mais de um ano. Ou seja, a cúpula petista instalou uma máfia sindical-partidária no aparelho do Estado. A função dessa máfia é garantir condições para que Lula e seu grupo se eternizem no poder. O método é desviar recursos públicos e privados para financiar campanhas eleitorais, comprar adesões no Congresso e montar operações de intimidação contra eventuais adversários. Embora ocupando postos de pouca visibilidade, o que caracteriza os integrantes da máfia é a lealdade antiga e canina a Lula, o chefão. São operadores acostumados a agir nas sombras da delinqüência municipal. Sua ação é agora "legitimada" por intelectuais como Marilena Chaui e Rose Marie Muraro, para as quais o imoral é moral se for bom para a cúpula do partido.”
Da maior autoridade no país, em questão de política eleitoral que é o Presidente do TSE, ministro Marco Aurélio, ouviu-se a frase: “É muito pior que o Watergate”.
“A fraude do Freud (Godoy) reascendeu as esperanças de quem já dava a eleição presidencial por liquidada. Mas, não obstante a obviedade dos fatos, as forças do mal, incrustadas no poder e na mídia, lutam para impor a mentira usando as armas que melhor lhes servem aos interesses: a manipulação da ignorância e da desinformação dos eleitores do Brasil arcaico e a hipocrisia dos eleitores de classe média do Brasil moderno. Há vários aspectos desse episódio que precisam ser corretamente dimensionados para que os ignorantes e desinformados sejam salvos das trevas da manipulação dos marqueteiros de Lula; e para que os eleitores hipócritas, adeptos do “rouba mas faz pelos pobres”, percebam o que têm a perder com a reeleição do PT”... G. M. de Moura, cientista político.
“Eu sei, eu sei, toda a generalização é perigosa. Até acredito que ainda existam petistas decentes. Mas até mesmo estes estão sujos, marcados, contaminados. O problema é que isso tudo não me serve. O peso do PT é demais para os ombros de qualquer um. Um partido tão cheio de podres, tão antidemocrático, tão totalitário, não pode ter um mandatário da República..” Ramiro Severo.
“Se Lula realmente for reeleito, especialmente no 1º turno, terei certeza que existe algo de errado conosco. Estamos entre duas opções: aceitar que Lula é idiota e inepto ou é corrupto e safado. A organização criminosa sindical-partidária que aparelhou o Estado e chegou ao poder com Lula deve achar que o povo também é formado por apedeutas e toscos...” por Márcio C. Coimbra, de Brasília.
Uma plêiade de notáveis cientistas políticos e jornalistas do mais alto gabarito, em questão de artimanhas eleitorais, preencheram um bom espaço de nossa coluna. Contudo nenhum deles conseguiu me explicar de onde saem os votos que podem levar nosso Presidente à vitória no primeiro turno destas eleições. Sem justificar-me como profeta, eu predisse num de meus artigos, há pelo menos oito meses, que a vitória de Lula seria inquestionável. A justificativa era simplesmente a resposta que as urnas dariam como gratidão inefável ao “Bolsa Família”, “Bolsa Escola”, “Prouni”, “Vale gás” e tantos outros. Para meu entendimento, nada poderia engessar melhor a consciência política do pretenso cidadão brasileiro do que todas essas benesses.
É uma forma “legalizada de compra de votos” como lembrei com este título, há pouco tempo, também nesta coluna. Pretende-se com o voto a perpetuidade desses nefastos favores. Conseqüência mais funesta: o engessamento da consciência política. Atingir este patamar é ter alcançado o mais profundo abismo da inconsciência cidadã.
É o começo do fim...
Deus, salve o nosso país!
Prof. Benê Cantelli
Já vi muita coisa nesse mundo de meu Deus. Muita coisa deixei de ver, creio. Contudo, nada que se compare, nada que vislumbre qualquer semelhança com o que vejo no palco da atual política brasileira.
Atônito. Embasbacado. Embevecido. Pasmado. Estupefato. Atordoado. Não fosse eu, um sujeito um tanto quanto imodesto e conhecedor de meus dotes acadêmicos tanto quanto, os adquiridos ao longo de centenas de milhares de páginas lidas em livros de profundo saber, longe dos patéticos gibis, com certeza não estaria passando por esse sufoco intelectual e existencial.
Sinceramente, amigos, não consegui encontrar o caminho do entendimento do que se passa no processo eleitoral de meu país.
Será difícil conhecer outra época em nosso Brasil onde tantos e tamanhos escândalos se repitam tais como os que vimos acontecer nestes últimos quatro anos. De dentro do Palácio. Nos ministérios mais próximos do Presidente. Com familiares (filho) do Presidente. Amigos do Presidente. Dentro do seu Partido. Com presidentes do seu Partido. Dólares de Cuba. Dólares em cuecas. Dólares para compra de dossiê. Escândalos com marqueteiros de campanhas. Desvio de dinheiro para o exterior. Morte de pessoas ligadas ao compromisso de descobrir as falcatruas, maracutaias (termo este, que aprendi da versátil língua do Presidente) que envolvem a vida e a morte do prefeito de Santo André –sp. São tantos escândalos e tantos motes de corrupção, tantos que não cabem no baú de quem tem e usufrui de boa e alardeada memória.
Estou perplexo. Confuso. E cada vez que busco entendimento com quem aparentemente deveria me explicar, analistas e cientistas políticos, me consolo. Eles também não estão entendendo nada.
Que fenômeno eleitoral é este?
Permitam-me, já que não é de minha laia o entendimento político, principalmente este, tão esdrúxulo quanto complexo, permitam-me, repito, que eu vá buscar naqueles que tem formação acadêmica para isso. Vejamos, então, o que pensam alguns deles:
“Popularidade não pode ser uma armadura capaz de deter a punição para o crime flagrante, para a corrupção passiva e ativa descoberta. Alegar que Lula não cometeu crime é acobertar um fato histórico escandaloso demais para ser acobertado. É uma traição imensa para com uma nação inteira e gerações e gerações desta mesma nação...” Glauco Fonseca.
“Este é o Brasil de Lula, em cujo governo faltam probidade administrativa, compostura política e civilidade democrática. Resta saber se é este o Brasil que queremos. Se não queremos, está mais que na hora de dizer “basta”, em alto e bom som, na imprensa, nas ruas e nas urnas, onde for, por todos os meios legítimos que a democracia nos oferece...” Sergio Fausto.
O mais recente escândalo envolvendo Lula & Cia. tornou, segundo Otavio Frias Filho, diretor de redação da Folha, “evidentes duas coisas". A primeira já era sabida desde pelo menos o escândalo do mensalão, há mais de um ano. Ou seja, a cúpula petista instalou uma máfia sindical-partidária no aparelho do Estado. A função dessa máfia é garantir condições para que Lula e seu grupo se eternizem no poder. O método é desviar recursos públicos e privados para financiar campanhas eleitorais, comprar adesões no Congresso e montar operações de intimidação contra eventuais adversários. Embora ocupando postos de pouca visibilidade, o que caracteriza os integrantes da máfia é a lealdade antiga e canina a Lula, o chefão. São operadores acostumados a agir nas sombras da delinqüência municipal. Sua ação é agora "legitimada" por intelectuais como Marilena Chaui e Rose Marie Muraro, para as quais o imoral é moral se for bom para a cúpula do partido.”
Da maior autoridade no país, em questão de política eleitoral que é o Presidente do TSE, ministro Marco Aurélio, ouviu-se a frase: “É muito pior que o Watergate”.
“A fraude do Freud (Godoy) reascendeu as esperanças de quem já dava a eleição presidencial por liquidada. Mas, não obstante a obviedade dos fatos, as forças do mal, incrustadas no poder e na mídia, lutam para impor a mentira usando as armas que melhor lhes servem aos interesses: a manipulação da ignorância e da desinformação dos eleitores do Brasil arcaico e a hipocrisia dos eleitores de classe média do Brasil moderno. Há vários aspectos desse episódio que precisam ser corretamente dimensionados para que os ignorantes e desinformados sejam salvos das trevas da manipulação dos marqueteiros de Lula; e para que os eleitores hipócritas, adeptos do “rouba mas faz pelos pobres”, percebam o que têm a perder com a reeleição do PT”... G. M. de Moura, cientista político.
“Eu sei, eu sei, toda a generalização é perigosa. Até acredito que ainda existam petistas decentes. Mas até mesmo estes estão sujos, marcados, contaminados. O problema é que isso tudo não me serve. O peso do PT é demais para os ombros de qualquer um. Um partido tão cheio de podres, tão antidemocrático, tão totalitário, não pode ter um mandatário da República..” Ramiro Severo.
“Se Lula realmente for reeleito, especialmente no 1º turno, terei certeza que existe algo de errado conosco. Estamos entre duas opções: aceitar que Lula é idiota e inepto ou é corrupto e safado. A organização criminosa sindical-partidária que aparelhou o Estado e chegou ao poder com Lula deve achar que o povo também é formado por apedeutas e toscos...” por Márcio C. Coimbra, de Brasília.
Uma plêiade de notáveis cientistas políticos e jornalistas do mais alto gabarito, em questão de artimanhas eleitorais, preencheram um bom espaço de nossa coluna. Contudo nenhum deles conseguiu me explicar de onde saem os votos que podem levar nosso Presidente à vitória no primeiro turno destas eleições. Sem justificar-me como profeta, eu predisse num de meus artigos, há pelo menos oito meses, que a vitória de Lula seria inquestionável. A justificativa era simplesmente a resposta que as urnas dariam como gratidão inefável ao “Bolsa Família”, “Bolsa Escola”, “Prouni”, “Vale gás” e tantos outros. Para meu entendimento, nada poderia engessar melhor a consciência política do pretenso cidadão brasileiro do que todas essas benesses.
É uma forma “legalizada de compra de votos” como lembrei com este título, há pouco tempo, também nesta coluna. Pretende-se com o voto a perpetuidade desses nefastos favores. Conseqüência mais funesta: o engessamento da consciência política. Atingir este patamar é ter alcançado o mais profundo abismo da inconsciência cidadã.
É o começo do fim...
Deus, salve o nosso país!
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