Por Zé Cuxá
Juro de pés juntos que não tenho o menor interesse em visitar as tralhas do senador oligarca do Maranhão, José Ribamar Sarney, entulhadas no agora tão badalado nacionalmente, Convento das Mercês, onde o ex-presidente já preparou a sua tumba. Aliás, tenho péssimas lembranças do Sarney na presidência do Brasil: inflação de quase 100% ao mês, pilantragens nas licitações de obras, comandadas pelo seu genro, na época, secretário particular, Jorge Murad, só para citar algumas.Quem não lembra da manchete da revista Veja quando saiu o resultado da licitação da finada Ferrovia Norte sul? ?Pego com o bigode na botija?. Foi o primeiro de uma série de descobertas de escândalos com o erário, patrocinadas pelo clã, donos do Maranhão, o estado mais ?roubado? do país.Em meio a essa zoeira do convento, me contaram que além do arquivo morto da sua gestão na presidência, Sarney mantém por lá um antigo artefato, usado pelos nossos avós para fazerem as sua necessidades fisiológicas. Isso mesmo, o senador conserva, entre suas tralhas o velho ?capitão?, como chamava o meu avô. Sinal de quê, na sua infância, o Maranhão era igual ou pior do que é hoje em matéria de saneamento básico. Se não tinha banheiro, o jeito era descarregar tudo no trono móvel e portátil, depois despejar no mato ou nos córregos para quem quisesse sentir o odor fétido de seus rejeitos alimentares.Acredite quem quiser, muitos maranhenses ainda utilizam o antigo penico para essas práticas, outros utilizam também a velha sentina ? espécie de banheiro construído no fundo dos quintais, com taipa ou pindova, com um buraco encravado no meio.Para o aliado de primeira ordem de Sarney, o também senador João Alberto, em recente entrevista à revista Carta Capital, os maranhenses moram em casa de taipas cobertas de palha, por ser algo ?cultural?, costumes herdados dos índios, segundo ele.Se for verdade o que prega o senador ?carcará?, então seria ?costume? do nosso povo pobre, morrer de desidratação por falta de água tratada, sermos campeões em mortalidade infantil, pegar esquistossomose, beber água salobra e barrenta, coada no pote e só tomar banho no rio ou com água de poço.Bom, para alívio dessa gente, privada de condições mínimas para levar uma vida digna, chegou alguém no governo do Estado disposto a chutar o penico e erradicar essas malvadezas cometida pela corriola de Sarney. Segundo anúncio do atual governo, muitas famílias maranhenses foram beneficiadas com água tratada e banheiro decente, de forma que, muitos urinóis e muitas sentinas foram aposentados em muitas localidades pobres.Tenho certeza de que ninguém guardará lembranças dessas antiquadas formas de higiene pessoal, nem tampouco acham que esse ?costume? seja bom para se viver, pois, na verdade, trata-se de mais uma das privações utilizadas pelo coronelismo para manter o povo doente e sem ânimo para lutar contra essa espécie de ?holocausto de pobreza? imposto para criar ?currais eleitorais? e se manterem no poder.Felizmente, muitos eleitores estão agora, dando descargas e mandando para o esgoto esses dias fétidos de suas vidas, com água, banheiro, emprego, renda e esperança por dias melhores.Minha Tia Ofélia, idosa que mora na Baixada, uma das regiões mais pobres do Estado, sempre dizia que o seu Mundico, meu ?compadre-arma? e eu, saíamos para as farras noturnas como dois penicos, porque demorávamos muito para nos vestir.O Maranhão demorou 40 anos para começar a sair do atraso, e ainda tem gente que sente vontade de visitar o penico de Sarney, no Convento das Mercês. Haja estômago!
Manguaça-News&Associated Drunks informa:
O artigo acima está no blog de Alcinéa Cavalcante que, como se sabe, tem sido perseguida pela Oligarguia dos Sarney. O blog tirado fora do ar era um "zip net" da UOL pertencente ao Grupo Folha - o mesmo que faz pesquisas, cujo "dono" já fez elogios rasgados ao Imperador Eu-não-sei-nada-da-Silva. O Manguaça-News exibe abaixo a "Saga do Sarney" (ou seria a sarna do serguei, sei lá, pô!):
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