sexta-feira, abril 20, 2007

Galdino Jesus dos Santos - TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO

Galdino Jesus dos Santos; todo dia era dia de índio.




ou; Brasil...impunidade é teu nome

Imagem-Assassinos do Índio Galdino.Fonte-Globo





Em 20 de abril de 1997, cinco jovens (um menor de 18 anos) de classe média, bem estudados, bem nutridos e bem mal educados pelos pais, resolveram comemorar o seu próprio dia do Índio. Galdino Jesus dos Santos, indio pataxó, estava em Brasilia para reclamar a demarcação de terras para sua tribo - até hoje sem solução -, teve a infelicidade de ter no seu caminho cinco bestas-feras que o queimaram vivo.

AS BESTAS-FERAS

Antônio Novely Cardoso de Vilanova - Tinha 19 anos na época do crime. Filho de um juiz federal, Vilanova trabalhava como digitador e morava com seu irmão mais velho. Admitiu ter atirado os fósforos em Galdino. Eron Chaves de Oliveira - Tinha 19 anos. Primo dos irmãos Tomás e G.N.A.J., admitiu ter despejado álcool sobre o índio. Max Rogério Alves - Tinha 19 anos. Criado por um ex-ministro do TSE, Alves trabalhava no escritório de advocacia do padrasto. Admitiu ter dirigido o carro na fuga.
Tomás Oliveira de Almeida - Tinha 18 anos. Único do grupo a cursar uma faculdade, estudava Administração. Também admitiu ter atirado os fósforos. G.N.A.J. - Tinha 16 anos. Cursava supletivo. Ajudou a despejar o álcool.

A IMPUNIDADE

Condenados por crime hediondo, Max, Antônio, Tomás e Eron não teriam, à época, direito à progressão de pena ou outros benefícios. A lei prevê, apenas, a liberdade condicional após o cumprimento de 2/3 da pena. Mas, em 2002, a 1ª Turma Criminal fez uma interpretação diferente. Como não há veto a benefícios específicos na lei, os desembargadores concederam autorização para que os quatro exercessem funções administrativas em órgãos públicos.

Em outubro do mesmo ano, o jornal "Correio Braziliense" flagrou três dos cinco rapazes bebendo cerveja em um bar, namorando e dirigindo o próprio carro até o presídio, sem passar por qualquer tipo de revista na volta. Após a denúncia, os assassinos perderam, temporariamente, o direito ao regime semi-aberto, que era o que permitia o trabalho e o estudo externos.

Mas a reclusão total durou pouco tempo. Em agosto de 2004, os quatro rapazes ganharam o direito ao livramento condicional, ou seja, estão em liberdade, mas precisam seguir algumas regras de comportamento impostas pelo juiz no processo para manter sua liberdade, tais como: não sair do Distrito Federal sem autorização da Justiça e comunicar periodicamente ao juiz sua atividade profissional.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a população "planta" 1300 rosas na orla da praia, para lembrar as vítimas da guerrilha urbana carioca. Está na hora da população pegar seu tacape e borduna e sair distribuindo não flôres mas porradas. Aos índios está faltando um pouco mais de ousadia, não para reivindicar terras, mas para serem reconhecidos como GENTE.

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