sábado, abril 21, 2007

INCONFIDÊNCIA, CONFIDÊNCIAS E OUTRAS MINEIRICES


Três padres, um tenente-coronel, dois coronéis (um era o dedo duro Silvério), três poetas e o Tiradentes.

Ou seja, tirando o Tiradentes o restante era "elite". E adivinha para quem sobrou? Tiradentes, uai. Ele, dizem, assumiu toda a culpa e inocentou os outros participantes.

A coisa era bem diferente de hoje em dia. Para derrubar o presidente hoje, não haveriam padres, já que são comunistas. Tenente coronel ou mesmo coronel da ativa? Nem pensar; eles seguem à risca os "preceitos básicos" da Democracia; embora essa "coisa" não exista de fato. Poetas? A maioria dos poetas hoje em dia são "das izquerda", recebem incentivos do Banco do Brasil ou da Petrobrás e não querem perder a "boquinha". Tiradentes? Algum dentista se habilita? Naqueles tempos dentista era macho - os clientes muito mais -, poeta tinha a cabeça na lua, mas os pés no chão, militares desobedeciam se a coisa estava errada e os padres não eram boffs.

Mas tudo estava bem naqueles tempos. A carga tributária era a metade da que temos, nada se fazia de benefícios e hoje fazem o dobro. Educação nem era necessária. Ninguém precisava ler jornais. Hoje lêem-se muitos jornais, mas ninguém entende nada. Saúde, não era tão importante; todos embarcavam cedo, antes dos sessenta. Também não se corria o risco de encontrar-se um médico do SUS que opera fimose em mulheres. Segurança era tranquila. Roubou não tinha choro nem vela era cana brava. Matou? Morria também. Os "di menor" da época não davam trabalho, não havia Febem nem o padre Júlio Lanceloti enchendo o saco. Enfim a Segurança era bem melhor, afinal não existiam OAB, Viva Rio e ONGs de Direitos Humanos.

Então para que brigar por causa da Carga Tributária da época? Se esse pessoal vivesse hoje sairiam arrebentando tudo. E falando sério, adiantou alguma coisa o Tiradentes assumir toda a culpa e ser destrinchado como uma picanha em churrascada de time de futebol? Ninguém deu a mínima. A Independência só foi feita quando o Ibope do Império estava em baixa (O Ibope da época não levava bola) e para que nenhum aventureiro se antecipasse: farinha pouca, o pirão ficou com o Pedro I.

Se a família do Tiradentes exigisse, receberia indenização? Não. Então tinha que ser macho para bolar uma revolta; hoje em dia, mesmo sabendo que a família pode ficar numa boa, ninguém quer destronar o Imperador Metalúrgico. Hoje não existe pena de morte, algum acidente sempre acontece é bem verdade, mas é pouca coisa; um Celso Daniel aqui um Toninho ali e mais nada. Tortura? Todos os meses acontece: o salário acaba antes do final do mês. Fora essa vil tortura, só a das filas do INSS ou nos aeroportos; nada que deixem traumas irreparáveis. A síndrome aqui é de Estoucalmo.

Uma nova Conjuração Mineira? Quem vai liderar? O Aécio ou Newton Cardoso? Arre égua, só sobrou isso de mineiros? Conjuração Paulista? Com o Serra, Mercadante ou Suplicy? Conjuração Cearense? Com o Tasso ou o Ciro Gomes? Esses dois já eram; aliás nunca foram.

Conjuração Paranaense com o Requião nem pensar; ele iria querer o apoio do Hugo Chávez. Tem jeito não. Mesmo sem correr o risco de ser enforcado, ninguém quer destronar o hómi. Estão esperando ele declarar a Independência (do povo)e se tornar Imperador; aí já será tarde. Liberdade ainda que Tardia? O país está mais para Perdigão ou Sadia?'Tá demorando demais da conta, uai. 
E vivam os mineiros, de mil setecentos e tantos, é claro. Mesmo que não tenha sido o cabeça, Joaquim José da Silva Xavier mostrou que era macho; peitou as "otoridades", não afinou e virou nome de praça e avenida. Tiradentes anda meio esquecido nas escolas, mas não é desvantagem: os alunos sequer sabem em que continente fica o Brasil.

Hoje em dia nem o queijo mineiro é mais o mesmo e até o Ney Matogrosso diz que é macho.

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